Os grandes investimentos previstos na região, nomeadamente o aeroporto de Lisboa, o TGV e a Ponte da Lezíria “que é uma plataforma de ligação entre o Norte e o Sul, são oportunidades que não podem ser desperdiçadas pelo concelho de Benavente devido à revisão perfeccionista do Plano Director Municipal (PDM) que em nada tem contribuído para o desenvolvimento do concelho” ideia foi avançada por Nuno Antão, deputado do Partido Socialista (PS), eleito pelo círculo de Santarém para a Assembleia da República.A crítica ao PDM de Benavente foi um dos assuntos abordados na visita que alguns deputados do PS realizaram ao concelho na segunda-feira, 16. Os deputados Nuno Antão, António Gameiro e Nelson Baltazar, coordenador dos deputados do distrito de Santarém efectuaram a visita, juntamente com a presidente da Comissão Política do PS de Benavente, Ana Casquinha. Militantes e apoiantes do partido de vários locais do concelho acompanharam o périplo, onde foi notada a ausência do vereador António Neves, eleito pelo PS, que viu a confiança política ser retirada pelo partido.A visita da delegação parlamentar incluiu uma reunião na câmara de Benavente, a passagem pelo complexo turístico LaVárzea em Santo Estêvão e pela fábrica de radiadores João de Deus em Arados, Samora Correia, líder mundial na produção de radiadores para automóveis e um dos maiores empregadores do concelho.No quartel dos Bombeiros Voluntários de Samora Correia, a comitiva constatou que as condições de trabalho existentes são mínimas estando algumas das viaturas de socorro na rua por falta de espaço no interior do edifício. Está previsto que o novo quartel dos Bombeiros de Samora Correia obtenha financiamento até ao final do ano e a obra arranque em 2008. “O projecto está aprovado. Estamos apenas dependentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR)”, explicou José Pedro Ferro, presidente da Associação de Bombeiros Humanitários de Samora Correia, referindo ainda que “já há muito tempo que merecíamos um quartel novo com todas as condições para podermos exercer o nosso trabalho da melhor forma possível”.Está também previsto a construção de um heliporto, no quartel, que funcionará 24 horas por dia num terreno cedido pela câmara municipal de Benavente. “Será um grande auxílio para todo o distrito de Santarém uma vez que o helicóptero com que trabalhamos está estacionado em Lisboa o que é muito longe quando se trata de socorrer alguém”, explica o adjunto de comando, José Pernes.Outro assunto discutido durante a visita da comitiva do PS ao quartel de Samora Correia foi os incêndios florestais que tanto trabalho dá aos soldados da paz, sobretudo, nesta época do ano. José Pernes salientou a importância de prevenir incêndios e, quando isso não é possível, detectá-los o mais rápido possível.Ana Casquinha, líder do PS em Benavente, destacou alguns aspectos positivos do concelho como o facto de Benavente ser um dos concelhos que regista, actualmente, maior taxa de crescimento do distrito de Santarém. Por outro lado esse aumento da taxa de natalidade trás contrapartidas devido à falta de escolas existentes no concelho.“No próximo ano lectivo cerca de 150 crianças não vão ter acesso ao ensino pré-escolar porque não existem escolas suficientes para o número de crianças existentes no concelho. Muitos pais dessas crianças trabalham e não têm alternativas onde deixar os seus filhos e muitas delas podem ficar à mercê das chamadas amas ilegais que existem por aí”, alertou, preocupada com o assunto.Nuno Antão, Nelson Baltazar e António Gameiro – que teve que sair da visita mais cedo – constataram os problemas da região e prometem ajudar. “O nosso papel é ouvir a população e os seus problemas para mais facilmente podermos ajudar”, explica Nelson Baltazar.O deputado Nuno Antão referiu que estas visitas são para continuar e estão previstas, para Setembro, visitas temáticas ao distrito. “A rota do vinho pretende demonstrar as diferentes potencialidades do vinho em vários concelhos do distrito de Santarém e a melhor forma como a região deve aproveitar essas mesmo potencialidades”.“Queremos levar o vinho, a gastronomia, actividades culturais e, sobretudo, o Ribatejo à Assembleia da República, aos deputados e aos trabalhadores do hemiciclo”, concluiu Nelson Baltazar.