Sexta-feira 13 já não é dia de azar e até há quem ache graça à coincidência
Figuras públicas ou anónimos, poucos acreditam em superstições e vivem o dia com naturalidade
Na sexta-feira, 13 de Julho, O MIRANTE foi conhecer os receios e superstições e percebeu que longe vai o agoiro. Para a maioria dos entrevistados é um dia como outro qualquer.
Se antigamente a sexta-feira 13 era sinónimo de azar e era necessário ter cuidados redobrados, hoje é considerado um dia normal como qualquer outro. Há quem não goste de passar por debaixo de escadas mas apenas com receio que estas lhe caíam em cima. Sentar treze pessoas na mesma mesa ou ter talheres cruzados em cima da mesa também não faz confusão. O MIRANTE falou com algumas figuras conhecidas e anónimas do concelho de Vila Franca de Xira que nos revelaram o que significa, para elas, a sexta-feira 13.Joaquim Pedrosa, presidente do União Desportiva Vilafranquense, não se considera supersticioso nem dá importância à data. “É um dia normal igual a todos os outros”. Mesmo não acreditando em azares nem superstições recorda um episódio insólito ocorrido no local de trabalho e que realmente lhe trouxe má sorte. “Há cerca de um ano parti uma série de galheteiros de azeite. Disseram-me que era sinal de azar. Não liguei ao presságio mas a verdade é que o negócio em que estava envolvido correu muito mal”, confessa.Para José Fidalgo, presidente da junta de freguesia de Vila Franca de Xira, a sexta-feira, 13, é um dia normal. “Não existem dias de azar nem dias de sorte. Os azares somos nós que os fazemos e provocamos. Acontecem por falhas e distracções nossas. Não nos empenhámos ao máximo para que as coisas corressem bem”, diz.A mesma opinião tem Luís Fernandes, funcionário de uma loja desportiva em Vila Franca. “Para perceber como não acredito em nada dessas superstições, passo várias vezes por debaixo de escadas e até tenho um gato preto há vários anos e nunca me deu azar”, conta afirmando ainda que os azares estão todos na nossa cabeça. “As pessoas têm que atribuir os erros a alguma coisa e o azar é a melhor forma de nos desculparmos dos nossos próprios erros”.Além de Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Benavente, Joaquim Norte Jacinto é também piloto de aviação e, como explicou a O MIRANTE, embora respeite quem seja, não se considera um homem nada supersticioso. “Ainda nem me tinha apercebido da data. Com a profissão que tenho, se acreditasse nessas coisas, a esta hora já cá não estava”, brinca.Fernando Rosa, presidente do Centro de Apoio Social Bom Sucesso e Arcena (CASBA), é adepto do velho ditado: “Não acredito em bruxas mas que as há, há”. Confessa que sempre que o dia 13 calha a uma sexta-feira recorda-se disso mas não lhe atribui grande significado. Acha, no entanto, que algumas coisas não acontecem por acaso.“Quando estudava em Rio Maior viajava sempre pela auto-estrada até Vila Franca. Na única vez que resolvi vir pela estrada nacional tive um acidente à entrada da cidade ribatejana. A verdade é que nunca mais voltei a fazer esse caminho e acho que muitas das coisas que nos acontecem não acontecem por acaso. Têm que acontecer”, recordou referindo também que tem um grupo de amigos que se junta regularmente em almoços e jantares em casa de uma amiga e nunca se sentam 13 pessoas à mesa porque a dona da casa é muito supersticiosa. “Diz que morre alguém”.Afonso Costa, presidente da junta de freguesia de Alverca não é nada supersticioso mas sempre que pode evita passar por baixo de escadas. “Podem cair-me em cima”. Quanto a Maria Vitória Lopes, madrinha do grupo de forcados de Vila Franca de Xira, o facto de o dia 13 ser também o dia de Nossa Senhora de Fátima tem para ela um grande significado. “O número treze só pode ser um dia de sorte pois foi quando Nossa Senhora apareceu aos três pastorinhos”, considera revelando que teve, durante muitos anos, um gato preto e branco que nunca lhe deu azar.A madrinha dos forcados vila-franquenses recorda o dia, quando ainda era criança, em que a sua mãe andava a caiar a sua casa e Maria Vitória passou por debaixo do escadote. “A minha mãe pediu-me para passar novamente por debaixo da escada. Talvez para desfazer o azar”, relembra bem-disposta.Teresa Correia, reformada, nem se lembra que é sexta-feira 13 e considera um dia normal igual a todos os outros. Quanto a superstições não tem e confessa que não lhe faz confusão passar por debaixo de escadas ou ver talheres cruzados em cima da mesa. “Essas situações não passam disso mesmo, superstições. Não têm qualquer valor”.
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