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Portugueses desenvolvem pesticida que não prejudica pessoas e ambiente

Investigadores portugueses desenvolveram um pesticida revolucionário, que mata diversos tipos de fungos que afectam as culturas, mas que não tem efeitos secundários para as pessoas ou o meio ambiente, e vão começar a vendê-lo no mercado internacional. Em declarações à agência Lusa, os três investigadores principais de um processo que se prolongou por 16 anos e envolveu "inúmeras pessoas", explicaram a "revolução" que representa esta descoberta para a agricultura, nomeadamente para as vinhas."Trata-se de uma mudança de paradigma, pois os pesticidas actualmente utilizados matam as pragas e as doenças, mas contaminam o ambiente e são tóxicos para os animais e para o homem. Ao contrário, este produto mantém a vantagem de acabar com as doenças, sem causar danos no ambiente ou nas pessoas", resumiu Virgílio Loureiro.A divulgação e futura comercialização deste produto inovador resultou de um processo raro de ligação da investigação universitária às empresas ou investidores, que foi feita através de um programa da COTEC, como fazem questão de realçar os investigadores. O processo culminou na formação de uma empresa participada por estes professores e por um consórcio com uma capital de risco do BPI - Sonae e empresários portugueses.O novo produto é extraído do tremoço germinado, uma fase que não ultrapassa uma semana, "pode ser ingerido pelo homem e é destruído somente no estômago" e já está patenteado, tanto a nível nacional, como internacional. As vantagens que apresenta face aos seus concorrentes no mercado passam pelo facto de não ser tóxico ou prejudicial ao ambiente e ao homem, mas também por ser muito resistente e eficaz na luta contra inúmeros fungos, ao contrário dos produtos actualmente usados pelos agricultores que têm funções específicas, ou seja, cada um afecta um número reduzido de doenças das culturas.Entre as doenças que combate estão o oídio, a podridão cinzenta, a antracnose ou a escoriose, estando em estudo o efeito no míldio, disse Virgílio Loureiro. Como pode ser ingerido pelo homem, evita o cumprimento do intervalo de segurança exigido por lei aos agricultores que usam pesticidas químicos, ou seja, os produtos agrícolas podem ser tratados e de seguida entrar no circuito comercial.Além de Virgílio Loureiro, Ricardo Boavida Ferreira e Sara Monteiro foram os principais investigadores, a que se juntou Artur Ricardo Teixeira, entretanto reformado, num grupo de profissionais "difícil de contabilizar" do Instituto Superior de Agronomia (ISA), da Universidade Técnica, e do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQ), da Universidade Nova de Lisboa.

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