A conclusão do processo já há muito que estava "encomendada" pela maioria socialista na câmara. Senão, ainda antes de se tentar a classificação junto do IPPAR, ter-se-ia classificado o pórtico como de interesse municipal. Aliás a conclusão do processo no IPPAR é bem clara: "Remeta-se ao município para se classificar de interesse municipal". Porque não se procedeu a essa classificação? É falso que o resultado da escavação "não tenha revelado qualquer vestígio importante". Encontrou-se o muro de limitação da propriedade. E é isso mesmo que se pretende preservar, a propriedade, ou seja - O Paço Real da Ribeira de Muge. Ser importante ou não depende da bitola de comparação. A nível nacional, claro que tem pouca ou nenhuma importância, a nível regional terá alguma, mas a nível local (aldeia de Paço dos Negros) tem extrema importância. É o último testemunho físico de toda a história do concelho e é berço desta aldeia que só não terá um futuro risonho por falta de uma estratégia de desenvolvimento sustentado. Infelizmente não tem havido capacidade para compreender o potencial da zona para o desenvolvimento local como pólo de cultura, de lazer e dinamizador do pouco turismo que temos no nosso concelho. Para quê proceder a escavações no centro de Almeirim se estamos a ordenar o soterramento do Paço Real da Ribeira de Muge? Só nos preocupamos com a história quando outros valores não se levantam? As pessoas de Paço dos Negros deveriam indignar-se com esta abominável destruição.Aquilino Fidalgo