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Padre Joaquim Pinheiro defende maior envolvimento da Igreja na festa de Benavente

“A melhor forma de pagar promessas é ajudar quem precisa”, refere um dos dois párocos da vila

O sacerdote considera que as festas da Senhora da Paz são um momento único na vida da vila que deve ser celebrado com fé e alegria. A Igreja deve ser um espaço aberto e ter um papel activo na vida da comunidade.

Joaquim Pinheiro era um jovem católico que ia todos os domingos à missa e ajudava na homília, como acólito, quando sentiu o apelo de Deus e decidiu dedicar-se ao sacerdócio. Aos 14 anos, depois de uma conversa com um amigo, começou a questionar-se sobre a sua vocação e a partir desse momento iniciou uma longa caminhada que o levou ao sacerdócio.O jovem que, estudou até ao 6º ano e trabalhava com o pai que era pescador, retomou os estudos assim que percebeu qual o caminho que queria seguir. Entrou para o Seminário onde tirou o curso de Teologia e Filosofia, durante onze anos, e nunca se arrependeu da decisão que tomou.A família do jovem sacerdote aceitou bem a sua decisão e, apesar de nunca o ter influenciado a seguir nenhum caminho, Joaquim Pinheiro sentiu que esse era, também, o desejo da sua mãe. “Nunca me confessou nem influenciou a tomar um rumo mas acredito que tenha ficado muito feliz com a opção que tomei. Os meus pais apenas me disseram que apoiariam qualquer decisão minha”, conta o padre, natural de Ribamar, concelho da Lourinhã.Joaquim Pinheiro, 36 anos, é pároco há cerca de oito anos e está à frente da Paróquia de Benavente, juntamente com o Padre Tarcísio, há seis anos. Entre missas, confissões e funerais há sempre tempo para atender os paroquianos, ouvir os seus problemas e ajudá-los com as suas dúvidas e preocupações.Para o sacerdote as festas em honra de Nossa Senhora da Paz em Benavente são o ponto alto do ano que mexe muito com as pessoas da vila. “Nossa Senhora da Paz está enraizada no coração das gentes de Benavente. Mesmo aqueles que, habitualmente, não participam na eucaristia têm uma grande devoção pela Senhora da Paz que, desde 2001, é a padroeira da vila”, explica, afirmando no entanto que, se existisse uma maior ligação das comissões organizadoras à paróquia seria mais vantajoso para as festas de Agosto”.A residir na Casa Paroquial de Benavente, Joaquim Pinheiro afirma que um dos maiores desafios com que um sacerdote se depara hoje em dia é o facto das pessoas quererem determinadas coisas apesar de não saberem o seu verdadeiro significado. “As pessoas simplesmente querem as coisas porque os seus pais e os seus avós também o fizeram. Por exemplo, muitos casais querem baptizar os seus filhos sem saberem realmente o significado do baptismo. Querem porque é tradição e não deve ser assim. Devemos saber e perceber porque queremos algo”, realça.Devoto de Nossa Senhora, o Sacerdote da vila ribatejana admite existir um certo afastamento de uma parte da população portuguesa, sobretudo, dos mais jovens da igreja católica. Para combater esse afastamento a paróquia de Benavente tem apostado na catequese e não só. “Para aqueles que terminam esta fase, foram criados grupos de jovens de modo a que os adolescentes se sintam cativados e possam continuar a sua vida cristã junto da igreja”, salienta.Apesar desse afastamento Joaquim Pinheiro acredita, no entanto, que sempre que há um problema as pessoas têm duas atitudes distintas. “Umas revoltam-se e não entendem porque lhes acontece a eles e sofrem muito mais. Outras agarram-se à sua fé e procuram ajuda junto da igreja. Nós estamos cá para ajudar quem procura o nosso apoio”, explica, adiantando ainda que “não é a igreja que atravessa uma crise de valores mas sim a sociedade que tende a relativizar coisas tão importantes e fundamentais como a noção da vida e da educação”.

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