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Aferidor de instrumentos de precisão para defender o consumidor e o mercado

Aferidor de instrumentos de precisão para defender o consumidor e o mercado

Nuno Sá é técnico de metrologia na Câmara de Santarém e seguiu as pisadas do pai

A sua função é aprovar ou reprovar os instrumentos de medição. Desde a balança de precisão electrónica em que alguns miligramas podem fazer toda a diferença, às grandes balanças das empresas que carregam paletes de fruta, congelados e outros bens.

Nuno Sá pega nas medidas oficiais de massas e coloca-as na balança electrónica de um mini-mercado nos arredores da cidade. De manhã cedo começa mais um dia de aferições de precisão dos instrumentos de mediação que são utilizados nas transacções comerciais. O objectivo último da sua actividade é fazer com que se cumpra a lei e que o peso dos produtos seja fielmente reproduzido para o consumidor não sair prejudicado. A designação profissional que já foi de aferidor de pesos e medidas, como o pai, Emílio Sá, que exerceu para a Câmara de Santarém durante 54 anos, é actualmente de técnico de metrologia. Durante dois anos Nuno acompanhou o pai. Aprendeu o básico da profissão e estimulou o gosto. Em 1996 tirou o curso de formação profissional de técnico de metrologia através do Instituto Português da Qualidade (IPQ), entidade que supervisiona toda a actividade. Quando abriu concurso para admissão de um técnico na autarquia Nuno Sá ganhou o lugar onde está há 11 anos. “Podem não acreditar mas é a profissão que queria ter quando fosse grande”, assegura. Ao serviço da autarquia realiza serviços externos durante a semana. As terças-feiras ficam para o atendimento e trabalho interno nas instalações do serviço num pavilhão do Campo Infante da Câmara.Nuno Sá efectua aferições em balanças electrónicas de farmácias, padarias, supermercados e outros estabelecimentos comerciais, mas também em feiras, mercados, mercearias. Nos estabelecimentos mais tradicionais ainda vai encontrando os velhos pesos que contrabalançam com as compras dos clientes. Cerca de 95 por cento da sua actividade relaciona-se com a medição de instrumentos de pesagem. Também verifica parcómetros, contadores de tempo de bilhar e de ténis de mesa em cafés e salas de jogos. A verificação em postos de combustível passou agora a ser realizada por privados.A sua função é aprovar ou reprovar os instrumentos de medição. Desde a balança de precisão electrónica em que alguns miligramas podem fazer toda a diferença, às grandes balanças das empresas que carregam paletes de fruta, congelados e outros bens, com capacidade para 1,5 toneladas. A sua área de trabalho é todo o concelho de Santarém mas Nuno Sá já tem feito serviços para autarquias limítrofes quando colegas técnicos não os podem efectuar por algum motivo. Ou quando uma empresa tenha urgência e contacte os serviços da autarquia. Além do curso de técnico de metrologia, Nuno Sá tirou ainda cursos de desenhador-medidor orçamentista, massagista e de culturismo. Este último não é propositado para a sua actividade, mas dá uma ajuda preciosa. “As pessoas não pensam muito nisso mas é uma actividade fisicamente muito exigente. Para uma simples balança de loja preciso de carregar pelo menos 15 quilos”, graceja o profissional. Num “ano bom” Nuno Sá chega a verificar cerca de 1.200 instrumentos de pesagem. Noutros tempos, o pai aferia as medidas de petróleo, azeite e feijão, e até os copos das tabernas, para evitar as vendas a granel. Em 1932 os meios eram bem diferentes. “Um técnico anterior da câmara, Alberto Batista, contava o meu pai que chegava a ir a Pernes fazer serviços de carroça e até podia ir a dormir que o animal já conhecia o caminho. E tinha direito a pernoitar antes do regresso a Santarém”, recorda Nuno Sá com um sorriso. Do lado de quem contrata os serviços diz receber muitas vezes compreensão e colaboração. Episódios fora do comum já lhe sucederam alguns em pecuárias. Já se deparou com balanças cheias de teias de aranha e cravejadas de dejectos que logo merecerem o rótulo da reprovação. “A limpeza da máquina não faz parte do meu serviço”, acrescenta. Também já viu alguns vendedores ambulantes que recorrem a balanças de cozinha na sua actividade, o que não é permitido. Ainda assim, em média, não costuma fazer mais de 50 reprovações por ano num universo de centenas de serviços. As máquinas reprovadas são seladas e só podem ser reutilizadas após nova aferição e aprovação do equipamento. Tem também colaborado com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).De acordo com o IPQ, o cumprimento da legislação que regula a aplicação no mercado de pesos e medidas visa garantir a protecção do consumidor, saúde pública, o ambiente e segurança. Pretende ainda credibilizar os agentes económicos e as transacções comerciais que se baseiam em medições.
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