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Autarcas emblemáticos do PSD recusam recandidatar-se em 2009

Autarcas emblemáticos do PSD recusam recandidatar-se em 2009

Presidente da distrital de Santarém considera prematuro falar do assunto

Vasco Cunha diz que não tem conhecimento formal da intenção dos presidentes de câmara de Tomar e Ourém em não se apresentarem a votos em 2009 e diz que não faz sentido falar em possíveis sucessores.

Dois dos sete presidentes de câmara que o PSD tem no distrito de Santarém já anunciaram que não se recandidatam nas eleições autárquicas de 2009. Primeiro foi António Paiva em Tomar, depois David Catarino em Ourém. E para complicar ainda mais as contas aos dirigentes do partido, o presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, que ganhou essa autarquia aos socialistas em 2005, vem dando sinais de que pode não se recandidatar a novo mandato.O presidente distrital do PSD, Vasco Cunha, conhece as declarações dos autarcas que apontem nesse sentido mas diz que até à data não lhe foi dado conhecimento oficial dessas intenções. “Não tenho qualquer aviso formal de que os presidentes de Tomar e Ourém não se candidatam” e que “não houve qualquer conversa definitiva” sobre o tema. Sem querer desvalorizar essas posições, o dirigente diz que “é prematuro” falar sobre eventuais sucessões quando ainda não está sequer cumprida metade do mandato.Uma coisa é certa, o PSD não vai ter vida fácil para arranjar sucessores à altura tanto de António Paiva como de David Catarino. À partida a escolha lógica é apostar nos respectivos números dois, Corvelo de Sousa em Tomar e Vítor Frazão em Ourém. Mas as coisas não parecem ser assim tão lineares e é de prever que haja algumas resistências internas. Os vereadores João Moura (que já foi deputado e líder distrital da JSD) em Ourém e Carlos Carrão em Tomar também têm as suas ambições. Moura tem a seu desfavor a derrota recente para a concelhia ouriense precisamente contra Vítor Frazão, actual vice-presidente num concelho que sempre foi “laranja”. Em Tomar Carrão tem como factor favorável a sua popularidade nas freguesias rurais.Os socialistas espreitam a oportunidade de voltar ao poder na cidade do Nabão e de se estrearem na governação em Ourém e vão tentar apostar forte. O nome do actual governador civil de Santarém Paulo Fonseca, que já foi candidato e vereador em Ourém, pode ser uma solução para qualquer dos concelhos e até para Santarém, como o próprio já admitiu. E se Moita Flores não se recandidatasse tanto melhor, pois os socialistas têm consciência da mais-valia que o professor universitário e escritor representou na vitória que derrubou os socialistas após 30 anos de poder.A incógnita Moita FloresNuma entrevista publicada na edição de O MIRANTE de 28 de Março deste ano, Moita Flores já havia dito que só admite recandidatar-se se tiver condições para cumprir um projecto ambicioso como a remodelação da zona ribeirinha do concelho. “Mas isso implica tantos milhões de contos que não sei se será possível. Quatro anos e a porta fecha-se no trinco”. Uma ideia que repetiu na última reunião do executivo, tal como a que se segue igualmente retirada da mesma entrevista: “A eleição só me vincula durante quatro anos. Eu não posso e não devo vincular-me a uma presidência de monarquia. Os presidentes monarcas são pessoas que não têm outros projectos de vida. Ficam ali. Ficam ali até morrer”.Opinião semelhante tem David Catarino, que lidera a Câmara de Ourém desde Fevereiro de 1996. “Não está previsto recandidatar-me. Acho que é o tempo que basta. Nós temos que encontrar o nosso tempo certo”, afirma a O MIRANTE David Catarino, em funções como presidente da Câmara de Ourém há cerca de 10 anos. O autarca defende que “a certa altura temos que criar condições para a renovação e criar novos entusiasmos”, mas não avança com nenhum nome que gostasse de ver suceder-lhe no cargo. “Os partidos e o povo é que hão-de decidir”.Para já tudo indica que Jaime Ramos (Entroncamento), Saldanha Rocha (Mação), Luís Pereira (Ferreira do Zêzere) e Fernando Moleirinho (Sardoal) avancem com recandidaturas a mais um mandato como presidentes de câmara. Outras apostas fortes dos social-democratas vão ser feitas em Rio Maior e em Torres Novas, bem como em coligações em Alpiarça e Chamusca, à semelhança do que já aconteceu nas últimas autárquicas. Na Chamusca, Aurelina Rufino, ex-vereadora e actual presidente da junta, é vista como o nome com melhores condições para tentar destronar o “dinossauro” Sérgio Carrinho (CDU). Se bem que o risco de perder a junta e não ganhar a câmara leve o PSD a pensar duas vezes.
Autarcas emblemáticos do PSD recusam recandidatar-se em 2009

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