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Quem cala consente

Dalila Rodrigues foi dispensada a um mês de terminar a sua comissão de trabalho como directora do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), por discordar do sistema de gestão e defender a sua autonomia financeira. Pelo mesmo motivo também o director do Convento de Cristo, em Tomar, Jorge Custódio, não foi reconduzido no cargo. Foi o único de todos os directores de monumentos nacionais. A única diferença nos dois casos foi a postura dos “saneados”. Dalila não se conformou. Custódio, comeu e calou.O trabalho da Directora do Museu Nacional da Arte Antiga tinha sido publicamente elogiado. O trabalho do Director do Convento de Cristo não merecera tantos encómios mas não destoava do que estava a ser feito a nível nacional, tendo em conta os meios postos à disposição dos directores de monumentos nacionais.Lamento que Jorge Custódio não tenha erguido a sua voz. Pelo menos para reafirmar as ideias que algum tempo antes defendera publicamente em matéria de gestão. Num país em que o poder se exerce mais por reacção que por acção teria sido importante que o afastamento do Director do Convento de Cristo não tivesse passado em claro. Que eu me lembre só O MIRANTE deu relevo, merecido, ao assunto. Os jornais nacionais ignoraram-no, coisa que não fazem agora. O factor Lisboa conta, mas também conta muito a postura de quem sofre as injustiças.Maria do Carmo Selene Dias

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