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Autocolantes políticos de organizações de Santarém fazem parte de grandes colecções

Autocolantes políticos de organizações de Santarém fazem parte de grandes colecções

Um português e um espanhol têm sites onde é possível revisitar a história através de slogans e imagens

Uma parte da história política recente de Portugal e da região está documentada em pequenos pedaços de papel impresso conhecidos por autocolantes.

Autocolantes do PCP de Santarém, do Couço ou do Sindicato dos Ferroviários do Sul, que tinha uma importante delegação no Entroncamento, estão entre os milhares que constituem a colecção do português Jorge Silva, parcialmente disponibilizada na Internet, no endereço http://tocolante.blogspot.com. O escriturário de 46 anos não sabe o número exacto de autocolantes que possui, mas diz serem centenas referentes ao período 1974/1978. “Em Abril de 1974 tinha 12 anos e nesse altura coleccionava tudo desde selos a bilhetes de cinema”, contou Jorge Silva em entrevista à agência Lusa. Seriam as cores, o design e o formato dos autocolantes políticos da época que o levariam a iniciar uma colecção de que desistiria em 1978 por “se terem tornado muito comerciais”. “Adquiria os autocolantes nas ruas, nos comícios e nas festas, quando tinha oportunidade”, disse Jorge Silva.Após esse período, a vida tomou outro rumo e “a colecção ficaria esquecida no sótão”.“Trinta anos depois fui recuperar a colecção, esse pequeno testemunho da vida política da altura, e pensei que era uma pena estarem guardados”, revelou. “Quando entrei no mundo dos blogues, achei que tinha chegado o momento de partilhar com as pessoas os autocolantes que possuía”, referiu.“A jóia da coroa é um autocolante de 1976 da APU cujo símbolo inicial escolhido era igual ao do Movimento Democrático de Libertação de Portugal e que seria cortado para que o símbolo ficasse imperceptível”, contou Jorge Silva.Da colecção fazem parte autocolantes produzidos por partidos, sindicatos, associações de estudantes, desenhos da prisão de Álvaro Cunhal, murais pintados, entre outros.Jorge Silva diz que não sabe ao certo o número de autocolantes que possui mas assegura que são milhares, sendo que apenas divulgou uma parte no seu blogue tocolante.blogspot.com.O blogue não tem patrocínios nem cariz partidário, salientando que pretende apenas ser uma “espécie de museu de autocolantes sobre uma época determinante no país”.Na opinião de Jorge Silva, muitas das pessoas que visitam o blogue e que lá deixam comentários fazem-no por revivalismo. “As pessoas que viveram intensamente aquele período visitam o blogue e contam as suas histórias de vida. É como que uma espécie de álbum de família”, disse.A colecção de autocolantes políticos portugueses de Jorge Silva não é comparável à do espanhol Vicente Riego, cujo nome surge no Livro Guinness dos Recordes como proprietário da maior recolha do mundo nesta especialidade. Alguns dos seus autocolantes remontam à campanha presidencial de Humberto Delgado. Residente em Madrid e casado com uma portuguesa, Vicente Clemente Riego, 47 anos, começou a coleccionar autocolantes políticos em 1976 depois da morte do ditador espanhol Francisco Franco que governou o país entre 1939 e 1975.Da colecção de autocolantes portugueses (ver site em: http://politica21.org), Vicente Riego destaca alguns raros relativos ao 25 de Abril, à campanha eleitoral do general Humberto Delgado (1958), da Mocidade Portuguesa (organização juvenil do Estado Novo), e da União Nacional (partido único do regime, nascido em 1933/34).
Autocolantes políticos de organizações de Santarém fazem parte de grandes colecções

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