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“Oficinas Criativas” juntam crianças e avós numa troca de experiências

“Oficinas Criativas” juntam crianças e avós numa troca de experiências

Estudantes e idosos de Castanheira ocupam os tempos livres na biblioteca

Crianças dos 6 aos 16 anos produziram várias obras que podem ser visualizados no sítio da Internet. Os mais velhos navegaram por um mundo virtual e aprenderam a lidar com os novos mundos.

A Biblioteca Pública Fernando Gomes de Sousa, em Castanheira do Ribatejo, acolheu a primeira edição das “Oficinas Criativas”, um conjunto de actividades de férias destinadas a jovens dos 6 aos 12 anos. A iniciativa, que se desenrolou entre 2 de Julho e 3 de Agosto, foi efectuada em parceria com a junta de freguesia local e levada a cabo nos dias de semana, tendo contado com as vertentes de escrita criativa e desenho, multimédia e trabalhos manuais. Teve ainda o apoio da Associação Promotora de Apoio à Terceira Idade (APATI), que disponibilizou algumas colaboradoras para o ensinamento de técnicas artesanais. Silvéria Oliveira, 79 anos, e Maria Alice, 73 anos, usaram o papel de seda frisado para cativar a atenção dos mais novos. Sentadas em frente a uma mesa da biblioteca, partilharam um pouco da sua sabedoria para a feitura de flores coloridas que, à medida que deixam as mãos de quem as executa, enchem um cabaz de vime. Por perto encontra-se Susana Fernandes, de 11 anos, que tem uma apetência especial pelos origami, uma arte milenar japonesa de dobrar papel. Aprendeu a técnica, que executa agora com uma certa facilidade. Faz o gafanhoto, o urso, o gato, o cão e outros animais num abrir e fechar de olhos. Alexandre Umbelino, 9 anos, tem queda para os fantoches. Fez um ratinho em papel com um pedaço de queijo por perto. Cristiana Galveias, 10 anos, gosta de fazer de tudo. Pinta com lápis e canetas desenhos predefinidos. Nos trabalhos manuais olha com alegria para o sapo de papel que fez num saco de pão da Churrasqueira “O Balicha”. Vêem-se os olhos e as pintas verdes com uma grande língua vermelha. O saco é castanho.A iniciativa proposta por Maria do Céu Fialho, técnica responsável pela biblioteca, à junta de freguesia foi bem recebida e registou uma adesão diária de 22 crianças. Os trabalhos efectuados ao longo das quatro semanas podem ser visualizados no sítio da Internet http://bibliotecadacastanheira.blogspot.com.De tarde, as “Oficinas Criativas” deram lugar à rubrica “As Novas Tecnologias e a Nossa Sociedade”, uma valência aberta a miúdos e graúdos que teve o apoio do Instituto Português da Juventude (IPJ). Aprenderam a trabalhar com os computadores e a navegar na Internet, num projecto que é levado a cabo pelo segundo ano consecutivo.Inocência Ferreira, 65 anos, descobriu as novas tecnologias no ano passado através deste programa. Aprendeu a trabalhar com o Word, Excel e a navegar na Internet. Neste caso, se em 2006 deslumbrou-se pelas praias portuguesas, desta vez andou pelo mundo. Viajou virtualmente pela Suíça, país que já visitou de férias. Relembrou com saudade a cidade helvética de Zurique. Dos sítios que não conhece, deu um saltinho a Itália. Deliciou-se, neste caso, com os monumentos transalpinos, não faltando uma vista de olhos à Torre de Pisa. Em França, passeou-se virtualmente na cidade luz pela Torre Eiffel. Em Inglaterra, andou pelas ruas vitorianas do centro de Londres.A formanda contou com os ensinamentos de Mariana Dias, uma jovem de 15 anos que decidiu ocupar os seus tempos livres, tendo para o efeito efectuado a sua inscrição no IPJ para ser monitora de informática no referido projecto. “É um trabalho compensador, tanto para mim como para eles”, explicou Mariana Dias, ao que acrescentou: “Para além de me sentir útil, vejo um bocadinho como vai ser a minha integração no mercado de trabalho daqui a alguns anos, porque ao interagir com pessoas de várias idades dá para distinguir quem é mais complicado ou mais fácil de lidar”.Para o presidente da Junta de Freguesia de Castanheira do Ribatejo “a iniciativa tem um saldo positivo” porque permitiu juntar, essencialmente, muitos dos jovens da vila num espaço que serve também como um ponto de encontro lúdico e pedagógico. António Ventura dos Reis espera, nesse sentido, que as parcerias com a APATI e o IPJ “possam ter continuidade no próximo ano”.
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