São seis dias para viver no mais puro ambiente taurino. Samora Correia está preparada para receber até à madrugada de terça-feira, mais de 100 mil pessoas por ocasião das suas festas tradicionais em honra de Nossa Senhora de Oliveira e Nossa Senhora de Guadalupe. A festa é de tradição religiosa, mas o toiro é quem mais ordena. Até 20 de Agosto serão apresentados 46 exemplares de várias ganadarias nos vários eventos taurinos. “Samora vinca a sua importância taurina. Conseguimos bons toiros e esperamos que tudo corra bem”, vinca João Pedro Casquilho, presidente da Associação Recreativa e Cultural Amigos de Samora (Arcas). A ganadaria samorense José D’ Avó vai estar representada nas entradas onde a maioria dos toiros é colocada pelo ganadeiro Caetano Pombo e tem o ferro de várias ganadarias. Já nos encierros e corridas de toiros de quinta-feira e domingo, serão apresentados 12 toiros, sendo seis Passanha e os outros de seis ganadarias que participam num concurso.Mas como nem só de toiros vive a festa, o programa inclui uma panóplia de iniciativas para todos os gostos. A maior novidade é um encontro e desfile de fanfarras dos bombeiros com sete corporações representadas (ver notícia nesta edição) na sexta-feira a partir das 21h00. Sem artistas de primeiro plano, devido às restrições orçamentais, o concerto da noite de domingo será com a orquestra espanhola Don Tacon com um conjunto de músicos, cantantes e bailadores da Andaluzia. “Achamos que vai resultar. Não tínhamos verbas para trazer artistas com grande nome”, justifica João Pedro Casquilho. O orçamento da festa mantêm-se na casa dos 70 mil euros e os subsídios e apoios conseguidos são semelhantes aos do ano anterior.A Sabamar, uma empresa com sede em Samora Correia, ofereceu as duas toneladas de sardinhas que serão distribuídas na noite de sábado acompanhadas de pão e vinho também oferecidos pela organização a milhares de visitantes. A noite de sábado é um dos pontos altos da festa e a animação é feita com folclore, fado, bailes e entradas de toiros para a sobremesa a partir das 02h30 da madrugada de domingo.No capítulo religioso o destaque vai para o desfile da senhora de Alcamé no domingo às 16h00 seguida de missa e procissão com 18 imagens sobre os andores (18h00). É a hora da devoção, momento de silêncio onde se rezam as preces e agradecer as graças das santas padroeiras da festa. Nesta festa, o campino é a principal figura. Está prevista a participação de mais de uma centena de campinos e cavaleiros amadores no desfile etnográfico de sábado à tarde. Os campinos animam o concurso de condução de jogos de cabrestos na manhã de sábado e mostram a sua arte e valentia na picaria à vara larga no domingo a partir das 10h00. São os homens do colete encarnado que conduzem os toiros nas entradas no largo do Calvário e os recolhem no final. Este ano, o campino Carlos Costa será o homenageado na tarde de sábado. Um homem com mais de 80 anos e uma vida ligada ao campo. A distinção constitui um dos momentos maus emotivos da festa.