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Pregar a paz na “selva” do futebol profissional

António Pereira nasceu há 63 anos no concelho de Valongo, distrito do Porto, mas está há muitos anos ligado a Fátima, onde para além de ser presidente do clube desportivo local foi fundador e dirige o Centro de Recuperação Infantil de Fátima (CRIF), a que dedica muita parte do seu tempo. Também esteve na origem do Centro de Estudos de Fátima onde leccionou. Em 1985 foi para os Estados Unidos trabalhar com os emigrantes portugueses da zona de New Jersey. É nessas actividades, e também na actividade pastoral, que tem podido pôr em prática a sua veia empreendedora que o leva inclusivamente a ser conselheiro de alguns empresários.É nas freguesias de Amiais de Baixo e Abrã, concelho de Santarém, que exerce a sua missão pastoral e onde se diz sentir bem. Respeita as especificidades locais e a forma de pensar e sentir das populações, mas também gosta de impor a sua marca nos relacionamentos. Não aprecia é “beatices”. E duvida que algum dia a Igreja Católica venha a ter mulheres a dar missa. O padre António Pereira afirma-se um homem pragmático, que privilegia a acção, e a obra que tem feito atesta essa faceta. Fala com orgulho das inúmeras obras realizadas nas paróquias por onde passou, das casas para famílias carenciadas que ajudou a construir, da gestão que imprimiu ao Centro Desportivo de Fátima. Que de colectividade atolada em dívidas passou para uma situação financeira estável e para um patamar desportivo que nunca tinha atingido.A entrada no mundo do futebol profissional não o intimida e até o espicaça. Ainda não participou em nenhuma reunião da Liga de Futebol Profissional, onde têm assento alguns dos “tubarões” do mundo do futebol, mas já tem uma vantagem: conhece de há longa data o carismático Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do “seu” Futebol Clube do Porto, que tem um filho casado com uma familiar sua.“Todos temos voz e quando chegar a altura de dizer na Liga aquilo que penso e que sinto lá o direi. Estou tão à vontade como eles. Vou defender a paz, o desportivismo e a correcção”. A mensagem de Cristo estará sempre presente garante o padre. “Nunca irei para um encontro desse género para criar confusão, para agitar as águas. Só vejo que a minha presença faça sentido dentro desse âmbito”.Durante a entrevista feita nas bancadas do Estádio Municipal de Fátima, onde assiste habitualmente aos treinos da equipa sénior, António Pereira não resiste a desviar os olhos para o relvado, onde os jogadores evoluem numa “peladinha”. O bichinho do futebol está bem entranhado e o dirigismo desportivo é a forma de continuar ligado a um desporto que praticou durante muitos anos. Foi um ponta de lança de razoáveis recursos que tinha na velocidade e no jogo aéreo o seu ponto forte. Despediu-se dos campos aos 35 anos, mas continuou a jogar futebol de salão até perto dos cinquenta em torneios na zona.

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