
Ginjinha recupera tradição junto à estação de Vila Franca de Xira
Papelaria é uma referência turística para apreciadores do licor
Vila Franca não é só terra de toiros e toureiros. Os aficionados da ginjinha têm junto da estação um ponto de paragem obrigatória.
Há quem ali vá para comprar o jornal pela manhã ou para tentar a sorte num totoloto ou numa lotaria. Mas qualquer que possa ser o motivo inicial da visita, ninguém fica indiferente ao balcão da ginjinha, onde as várias garrafas anunciam as variedades do famoso licor. “A Ginjinha” é já um ponto de passagem obrigatória para muitos daqueles que utilizam a estação de caminhos-de-ferro de Vila Franca de Xira. O estabelecimento abriu há 24 anos e é já uma referência para muitos vilafranquenses e forasteiros. Quando abriu as portas há mais de duas décadas, o nome fazia jus ao produto que ali se vendia. Era a ginjinha a razão de ser do estabelecimento. Houve depois um longo período de interregno na venda da ginjinha. Durante esses anos, ginja só mesmo no letreiro à entrada da porta. Lá dentro, havia jornais e artigos de papelaria.Já este ano, o estabelecimento fechou para obras e decidiu reabrir com a velha ginjinha de volta, para além dos jornais, da papelaria e do totoloto. “Havia um certo saudosismo das pessoas que continuavam, ao fim destes anos todos, a referir a ginjinha”, explica Vítor Vaz, um dos sócios, justificando assim o retorno do licor. “A ginjinha” quer ser, à semelhança do que acontece em Lisboa, um marco da cidade de Vila Franca de Xira. “Somos a única loja de ginjinha em Vila Franca de Xira e não temos outras bebidas alcoólicas que não a ginjinha”, frisa Vítor Vaz. O sucesso da loja é já um facto, havendo até excursões de turistas que param, reconhecem no letreiro o nome da bebida tão popular em Óbidos ou Lisboa, e decidem entrar para experimentar.Entre os cinco tipos de ginjinha servidos na loja, há dois que se destacam: a Ginja de Óbidos, a mais popular entre as senhoras, e a Ginja sem Rival, a mais forte e a preferida dos homens. Para além disso, a ginja de chocolate ou servida em chávena de chocolate atrai também as atenções dos paladares mais gulosos. E se antigamente só os homens bebiam ginjinha, os tempos mudaram muito e a bebida é agora apreciada por homens e mulheres, de qualquer idade ou classe social. “Param aqui todo o tipo de pessoas”, garante o co-proprietário. A proximidade com a estação dos comboios é uma das grandes vantagens do estabelecimento e um factor de atracção para muitos clientes. Talvez por isso haja já quem não dispense a ginjinha logo pela manhã, antes de começar o dia de trabalho. No entanto, a hora mais usual para a ginjinha é, segundo Vítor Vaz, “antes ou depois do almoço”.Quem não dispensa a ginjinha, sobretudo antes do almoço, é Luís Covas, um dos clientes habituais do estabelecimento. Há mais de vinte anos que frequenta “A Ginjinha” e não tem qualquer problema em constatar a evolução dos tempos e em ver uma senhora a beber uma ginjinha. A Ginjinha sem Rival é a sua preferida e Luís Covas é um dos que garante que a tradição deste licor está bem viva em Vila Franca de Xira.

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