Os vereadores da CDU na Câmara de Coruche pagaram a multa de 63,45 euros proposta pelo Tribunal de Contas em auditoria após acção de fiscalização concomitante da empreita de requalificação da zona ribeirinha de Coruche. Em causa, recorde-se, estiveram os trabalhos a mais de cerca de 233 mil euros aprovados nas reuniões de câmara de 7 de Setembro de 2005 e 21 de Dezembro de 2005, considerados pelo TC como alteração de projecto. Deliberações que tiveram como consequência a proposta daquele órgão de multa aos 11 vereadores envolvidos nas deliberações. Por iniciativa da CDU, foi discutido o relatório do TC na assembleia municipal de 14 de Setembro. Armando Rodrigues acusou o presidente da câmara e o PS de terem querido terminar a obra à pressa por motivos eleitorais, cometendo uma “grave ilegalidade”, além de “ocultarem e varrerem para debaixo do tapete, responsabilizando os técnicos da câmara e a empresa de fiscalização”. Alegou Armando Rodrigues que, por motivos eleitorais, o PS forçou a realização de trabalhos indevidamente classificados como “a mais”, sem o lançamento do necessário concurso público, nos meses que antecederam as eleições autárquicas de 2005. Realçou o vogal comunista que os vereadores da coligação na câmara viabilizaram a proposta de “boa fé”, reconhecendo agora a razão ao Tribunal de Contas e assumindo o pagamento das multas.O edil de Coruche, Dionísio Mendes (PS), aponta o dedo aos vereadores da CDU no executivo que, “depois de terem acordado fazer a defesa colectiva e chegarmos a texto comum perante o TC decidiram pagar a multa e «entalar» os restantes vereadores”. O autarca sublinhou que ninguém está a colocar os técnicos em causa, mas simplesmente a recordar que a decisão política do executivo teve por base pareces técnicos municipais e da empresa fiscalizadora da obra. A proposta de multa para os vereadores socialistas a tempo inteiro no executivo varia entre cerca de 1.100 e 1.350 euros de multa, correspondentes a 50 por cento do vencimento mensal. Os autarcas da CDU, sem pelouros, pagaram metade do valor de uma senha de presença em reunião de câmara.A CDU acusa o PS de não hesitar em “faltar à verdade para justificar os passos dados em falso”. E considera também a possibilidade de este caso ser apreciado pela Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT) e Inspecção-Geral de Finanças (IGF).