Santarém volta a ser capital do teatro com a segunda edição do “Novembro, Mês de Santareno”, dedicado à vida e obra do dramaturgo escalabitano Bernardo Santareno (1924 - 1980), pseudónimo de António Martinho do Rosário. Conferências, exposições, cinema, teatro e a II Grande Gala são os eventos promovidos de novo pela Instituto Bernardo Santareno (IBS) e pela Câmara de Santarém. O maior destaque tem lugar a 19 de Novembro com a II Grande Gala Santareno e entrega dos “Prémios Santareno de Teatro”, troféu da autoria do artista plástico José Coelho. Segundo o presidente do IBS, Vicente Batalha, o espectáculo terá momentos de bailado, canto, música e teatro. Para além da novidade da a atribuição do Prémio por Espectáculo, serão ainda atribuídos troféus nas áreas de Revelação, Interpretação, Prémios Especiais e Prémios Carreira na gala que volta a ter como palco o Teatro Sá da Bandeira. “Posso avançar que na categoria de prémios carreira vamos distinguir Eunice Muñoz, e também irá haver distinções para a cidade”, revelou Vicente Batalha. Na comemoração dos 50 anos da peça “A Promessa”, será apresentada uma edição da Câmara de Santarém comemorativa daquela obra, com a presença de actores do Teatro Experimental do Porto, sob a direcção de Norberto Barroca, e do seu presidente, Júlio Gago. A sessão está marcada para as 18h30 de dia 14 com a leitura de cenas da peça. Outra das novidades do evento será a projecção do filme “A Promessa”, rea-lizado por António Macedo em 1972. O primeiro filme português a integrar a selecção oficial do Festival de Cannes em 1973, com actores como Guida Maria, João Mota e Sinde Filipe, contou com antestreia no Festival de Cinema de Santarém, em Novembro de 1972. Uma oportunidade que resulta da colaboração com a Cinemateca Nacional.O ciclo de conferências, mais dedicado a estudiosos da obra de Santareno, grupos teatrais, professores e alunos do ensino superior e secundário, procura abordar o pensamento, a formação e a investigação em torno da obra de Santareno. “Bernardo Santareno: Um teatro de Afectos” abrirá o ciclo de conferências, a 5 de Novembro (18h30), a cargo de Maria Helena Serôdio, professora da Faculdade de Letras de Lisboa e crítica teatral, e com a presença do presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores.Segue-se dia 6, no mesmo horário, a abordagem por Carlos Avillez, director do Teatro Experimental de Cascais e da Escola Profissional de Teatro de Cascais sobre “Encenar Santareno”. “O Trágico em Bernardo Santareno” é tema da terceira e última conferência, cujo orador será o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Oliveira Barata.De 2 a 8 de no Novembro, a novidade será também uma exposição patente no W Shopping sob o nome “Bernardo Santareno, Pseudónimo de António Martinho do Rosário, Vida e Obra”. Uma forma de cativar o grande público para a importância do autor e de o encaminhar para outras acções do mês de Santareno. Como a exposição intitulada “Santarém, capital do Teatro” que o hall do Teatro Sá da Bandeira vai receber de 5 a 30 desse mês.Para o presidente do IBS o programa deste ano do Mês de Santareno está mais consistente. Não por haver mais tempo ou meios financeiros, mas por se conseguir uma oferta cultural mais abrangente, das conferências ao teatro, passando pelo cinema, as exposições e grande gala. Enquanto vai organizando “Novembro, Mês de Santareno”, o IBS procura encontrar local próprio para sede. Segundo Vicente Batalha, aquele organismo está no “início de uma caminhada” e deverá ficar provisoriamente no novo espaço da sala Bernardo Santareno, no antigo ginásio do Seminário.