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Buscas da PJ em casa de Miguel Noras motivam discussão na câmara

Buscas da PJ em casa de Miguel Noras motivam discussão na câmara

Moita Flores diz que quiseram “enlamear” autarca no anterior mandato

Rui Barreiro garante que não apresentou qualquer denúncia às autoridades. Mas foi uma auditoria mandada fazer pelo ex-presidente da Câmara de Santarém e agora vereador socialista que terá desencadeado a investigação.

O vereador socialista da Câmara de Santarém Rui Barreiro rejeitou na reunião do executivo de segunda-feira que tenha feito qualquer denúncia no anterior mandato (quando era presidente do município) sobre o suposto desaparecimento de património adquirido pela autarquia, nomeadamente moedas, relógios antigos e estatuetas. A intervenção de Rui Barreiro surgiu na sequência das notícias publicadas a semana passada sobre as buscas que a Polícia Judiciária (PJ) fez na casa do ex-presidente da Câmara de Santarém, José Miguel Noras, agora vereador socialista na Câmara de Lamego.O jornal O Ribatejo escreveu que a acção da PJ teve como origem uma denúncia apresentada no anterior mandato. Rui Barreiro não gostou da referência e afirmou não se lembrar de qualquer participação sobre o assunto feita às autoridades. “Gostaria de ter cópias do ofício ou ofícios desta câmara a denunciar situações de desaparecimentos”, afirmou, acrescentando achar “estranhíssimo esse tipo de associação”.Na resposta, o presidente da câmara, Francisco Moita Flores (PSD), afirmou-se surpreendido pelas declarações de Barreiro. “Estava em Cabo Verde e fui alertado que havia aí acções da PJ”. Mas sempre disse que há várias formas de apresentar denúncias. “Os que têm coragem pegam na caneta e participam ao Ministério Público dando a cara. Quando se entra na cobardia mais nojenta manda-se para o jornal ou, pior ainda, faz-se uma carta anónima”.Moita Flores acusou aliás pessoas ligadas ao PS, que não especificou, de estarem por detrás de algumas cartas anónimas enviadas para as autoridades a dar conta de alguns procedimentos da actual gestão do município que resultaram em pedidos de averiguação por parte do Ministério Público ou da Judiciária. Como aconteceu com a contratação de artistas neste mandato ou com a negociação referente ao processo do hotel inacabado na periferia da cidade. O autarca deixou no entanto fora das suspeitas os vereadores do PS. “O anonimato é tão canalha e tão cobarde que não espero que os meus vereadores façam isso”. Garantiu ainda que não fez nenhuma participação sobre o caso das moedas e relógios, revelando que a única participação feita à Polícia Judiciária envolve o processo referente à reconstrução da Casa da Portagem, na Ribeira de Santarém, onde considerou ter havido indícios de negligência e de erros grosseiros. “Não estava à espera de ser interpelado sobre o vosso principal inimigo, que procuraram enlamear de toda a maneira e feitio”, afirmou ainda Moita Flores aludindo às guerras internas no PS de Santarém que marcaram a turbulenta sucessão de Noras por Rui Barreiro na Câmara de Santarém.Auditoria feita no anterior mandatodesencadeou investigaçãoRecorde-se que José Miguel Noras esteve durante a tarde de 9 de Outubro a ser ouvido em Santarém por inspectores da PJ, tendo garantido a O MIRANTE que não é arguido em nenhum processo-crime pelo que não está igualmente sujeito a qualquer medida de coacção. Não revelou qual foi o objecto das buscas, mas sempre disse que está “tranquilo” até porque se encontra “abundantemente e totalmente documentado”. “Sou um homem metódico e rigoroso e preservo toda a documentação relativamente à minha intervenção de natureza empresarial, pessoal ou pública”, observou.Embora não tenhamos conseguido obter mais informações sobre o objecto da acção da PJ, O MIRANTE sabe que a PJ pediu também à Câmara de Santarém documentos e facturas relacionados com compra de objectos como medalhas, moedas e relógios no tempo em que Miguel Noras liderou a autarquia (1991-2001).Aliás essas aquisições já tinham sido sujeitas a avaliação pela auditoria à Câmara de Santarém que o anterior executivo, liderado por Rui Barreiro, pediu à empresa Pricewaterhouse Coopers e que provocou acesa controvérsia. O relatório dessa auditoria é que terá motivado a intervenção das autoridades.
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