O valioso acervo do Museu de Arte Sacra Orlando D’Almeida Ribeiro, da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca de Xira justificava que estivesse aberto ao público, mas as limitações financeiras e logísticas da instituição impedem tal facilidade. As visitas têm de ser marcadas com antecedência, mas vale a pena preparar um grupo de visitantes e desfrutar do prazer de observar peças únicas como a mesa redonda gigante onde reuniam os irmãos que dirigiam a Santa Casa da Misericórdia no século XIX. A configuração permitia que todos os intervenientes estivessem em contacto directo e sem nenhum tipo de barreiras. Os bancos de madeira nobre têm almofadas de pele.A mesa está numa sala iluminada por um candeeiro imponente. Nas paredes há imagens de santos recolhidas em várias igrejas. A arte sacra está repartida pelos dois pisos do museu instalado no espaço adjacente da Igreja da Misericórdia. Nas várias salas, há dezenas de paramentos de sacerdotes oferecidos por várias paróquias, irmandades e confrarias. Um oratório, caixas de esmolas provenientes de igrejas e hospitais e uma biblioteca centenária que inclui obras únicas de origem romana fazem o encanto de historiadores, teólogos, antropólogos que visitam o museu. A sala do provedor tem a imagem do patrono do museu, Orlando D’Almeida Ribeiro, um dedicado irmão que serviu a misericórdia promovendo o bem tal como os beneméritos que têm direito a fotos na sala onde está a mesa, cadeiras e outros móveis centenários que ajudam a fazer a história da Misericórdia.Um conjunto de peças em prata associadas ao culto religioso brilha numa vitrina criada para o efeito na sala principal. O valor histórico e material justificam um cuidado especial de quem tem que zelar pelo espaço recuperado em 1991 e cujo momento da inauguração das obras está perpetuado por uma lápide que refere a presença do Cardeal Patriarca de Lisboa D. António Ribeiro na cerimónia. A mesa administrativa autorizou a reportagem de O MIRANTE com a condição de não serem publicadas fotografias do interior do Museu.