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Maioria CDU recusa voto de confiança ao executivo camarário da Chamusca

Maioria CDU recusa voto de confiança ao executivo camarário da Chamusca

“Temos confiança nos nossos camaradas mas recusamos passar cheque em branco”, alegaram

Sérgio Carrinho considera que se tratou de uma situação que diz respeito a questões políticas entre as bancadas do PS e da CDU na Assembleia Municipal da Chamusca.

A bancada da CDU na Assembleia Municipal da Chamusca, que tem maioria no plenário, recusou sexta-feira votar uma proposta do PS que visava dar “um voto inequívoco de confiança ao executivo” da câmara que é liderado pela sua cor política. O líder da bancada, José Brás, afirmou ter confiança nos seus camaradas que gerem o município, mas rejeitou “passar um cheque em branco”. A assembleia reuniu extraordinariamente para discutir um único ponto, a constituição da Sociedade de Gestão e Desenvolvimento Empresarial do Concelho da Chamusca, uma sociedade com capitais privados e municipais que se destina também a gerir o Eco Parque do Relvão. Mas este ponto único acabou por ser suspenso a pedido do presidente da câmara, Sérgio Carrinho (CDU).A decisão teve a ver com o facto do Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2008, que está em fase de discussão e aprovação na Assembleia da República, poder vir a ter implicações no rácio de endividamento das autarquias. Sérgio Carrinho explicou, e todas as bancadas estiveram de acordo, que o OGE vai introduzir alterações no cálculo do endividamento das autarquias. Os investimentos em empresas municipais e parcerias público-privadas (como é o caso do Parque Eco do Relvão) podem vir a ser quantificados nos coeficientes de endividamento da câmara. “Por isso peço a suspensão da votação deste ponto até à aprovação do OGE e do seu estudo para nos podermos situar quanto ao nosso coeficiente de endividamento”, declarou o presidente.O pedido foi aceite mas, também por conselho de Sérgio Carrinho, a criação da empresa foi discutida. A bancada do PS aproveitou para sublinhar a existência de uma forte relação de confiança institucional entre todas as autarquias e eleitos do concelho e realçar a forma correcta como a câmara tem vindo a tratar o caso da constituição da sociedade de gestão empresarial e o projecto Parque Eco do Relvão. Na sequência dessa posição, os socialistas propuseram um voto inequívoco de confiança ao executivo quanto a esses projectos.Foi então que começaram os desentendimentos entre os eleitos. Primeiro foi a presidente da Junta de Freguesia de Chamusca, Aurelina Rufino (PSD), a manifestar-se contra a proposta do PS. Garantiu que não tinha nada contra a forma como o executivo tem tratado esse processo, mas recusou passar “cheques em branco”. “Preferimos avançar com a defesa intransigente do concelho”, garantiu.Logo de seguida veio a grande surpresa. A bancada da CDU começou por referir que o executivo da Câmara Municipal da Chamusca, de maioria absoluta da sua cor política, tinha toda a sua confiança, mas recusou a votação da proposta do PS, porque, como afirmou o líder de bancada, recusava passar um “cheque em branco ao executivo”.Foi uma atitude estranha de uma bancada que ao longo dos cerca de 28 anos em que Sérgio Carrinho e a CDU estão à frente da câmara sempre votou de “olhos fechados” todas as suas propostas. Ficou assim no ar a possibilidade de haver algum atrito no seio daquela força política. Hipótese que foi rejeitada pela CDU, que no final garantiu que se tratou apenas de uma opção política.Sérgio Carrinho considera que se tratou de questões políticas da assembleia e que o executivo continua a ter as melhores relações com a bancada da CDU, mostrando-se convicto que essa situação não vai ter qualquer implicação no desenvolvimento do projecto do Parque Eco do Relvão.
Maioria CDU recusa voto de confiança ao executivo camarário da Chamusca

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