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O homem dos sete instrumentos

Ferreiro, músico, autarca, profissional especialista da Biblioteca Municipal de Santarém, estudioso do folclore, Bertino Coelho Martins teve ainda tempo ao longo do seu percurso para desempenhar outras actividades. É vogal da Comissão Executiva da Região de Turismo do Ribatejo, conselheiro técnico da Federação do Folclore Português, sócio fundador da Associação de Estudo e Defesa do Património de Santarém. Foi ainda músico da Banda dos Bombeiros de Santarém durante 25 anos, clarinetista da Orquestra Típica Scalabitana e instrumentista do Grupo Académico de Danças Ribatejanas.Tem inúmeras obras publicadas resultantes de anos de pesquisas e conta com múltiplas intervenções em conferências e congressos ligados à etnografia e ao folclore. À terra natal, Lapas, com quem nunca perdeu a ligação, dedicou dois livros: “Lapas: História e Tradições” e “Lapas: Memórias e Etnografia”. “Música e Danças Tradicionais do Ribatejo”, “Coisas da Nossa Gente”, “Os Saberes e o Lúdico” em colaboração com Aurélio Lopes ou “Cancioneiro da Romeira”, em co-autoria com João Andrade, são outros títulos.Bertino Coelho Martins considera que os municípios deviam ter um papel mais activo na recolha e execução do cancioneiro de cada concelho. “O que se cantou, o que se bailou e o que se vestiu também faz parte da história de um povo”, justifica, considerando que não vê nas autarquias muita sensibilidade para essa questão. Tem valido o empenho de alguns agrupamentos na recolha do cancioneiro da sua zona. Um autarca liberal e sem militância partidáriaDurante oito anos, entre 1993 e 2001, Bertino Coelho Martins foi presidente da Junta de Freguesia de Marvila, a mais populosa de Santarém e cujo executivo propôs agora à câmara municipal a atribuição do seu nome a uma rua. Apesar de eleito pelo Partido Socialista, assume-se como “um indivíduo liberal” que nunca teve militância partidária e que sempre se deu bem com pessoas de todos os quadrantes políticos. “O que me interessa são as pessoas e as ideias”, diz.Gostou muito da experiência autárquica, que exerceu já depois de estar aposentado da biblioteca municipal. “Foi diferente. Muitas vezes era um mediador de conflitos entre vizinhos”. Pequenos problemas que para ele eram encarados com o mesmo sentido de missão. “Para mim tinha um grande significado resolvê-los”. A passagem pela actividade política não o fez ganhar grandes simpatias pelo meio e por muitos dos agentes que nele se movem. “Muitas vezes os políticos dizem que fazem quando têm a certeza absoluta que não podem fazer”, observa.

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