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O Festival do senhor Abreu

Há anos que não ponho os pés no Festival Nacional de Gastronomia. E apesar de lá ter trabalhado algumas vezes durante os festivais só uma vez é que aceitei um convite para aqueles almoços diários em que se distribuem elogios e se apresentam os actores do momento. Na altura precisava de ver para crer. Aquilo é deprimente e cheira a esturro. A comida, por muito boa que seja, sabe sempre a mofo que o mesmo é dizer à Carlos Abreu e a todos aqueles personagens que se deixam fritar em azeite queimado. Não tenho nada de pessoal contra o senhor Carlos Abreu mas acho que ele é o espelho da classe política e dirigente da nossa região que continua a viver de rosto tapado, de tachinhos e com muita falta de vergonha. Há muitos anos que a Região de Turismo do Ribatejo é um feudo para empregar políticos profissionais que se desabituaram de trabalhar. Para além do Festival Nacional de Gastronomia, e de uma falhada Rota do Vinho, a Região de Turismo do Ribatejo é uma instituição despesista cujo orçamento deveria ser aproveitado para promover e ajudar instituições de carácter sócio - cultural, que sempre vivem de joelhos para obterem pequenos e inaceitáveis subsídios.Se se realizasse um inquérito junto dos habitantes da cidade sobre o que pensam do Festival e das pessoas que o dirigem e organizam, tenho a certeza que ficaríamos todos envergonhados. Como é que um Festival que não tem crédito na cidade pode algum dia ter crédito internacional? Não resisto a dar conta dos olhos esbugalhados do presidente da Região de Turismo quando alguém lhe pergunta onde é que estão os lucros dos festivais tendo em conta que ali é sempre tudo a pagar. Até as entradas. “O dinheiro foi para investimento” costuma ele dizer como se estivesse a responder a uma pergunta a brincar. A Região de Turismo do Ribatejo vai acabar com a nova lei orgânica que o Governo está a ultimar. Não acredito que o futuro presidente da nova Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo não seja um novo Carlos Abreu: um desempregado da política que se recusa a voltar à sua antiga profissão. Mas, pelo menos, tenhamos fé.P.S. Para quem não sabe o presidente da Região de Turismo do Ribatejo ganha mais que um presidente de Câmara. E a grande “trabalheira” dele é andar a comer e a beber à nossa custa enquanto representa a nossa região. Por último: não conheço ninguém, com importância na vida política local e regional, que não ache que Carlos Abreu representa o pior que existe na nossa vida política. Engraçado não é? JAE

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