Candidata à concelhia do PSD de Tomar critica “independentes”
Em quinze anos é a primeira vez que surgem duas listas a concorrer à liderança
Isabel Miliciano é a primeira mulher a liderar uma lista candidata à comissão política concelhia do PSD de Tomar. É também a primeira vez, em quinze anos, que duas listas concorrem à presidência da concelhia, sendo um sinal de que começam a existir divergências no seio social-democrata. A nova lista, apresentada ao final da tarde de segunda-feira, surge sob o lema “Unir para desenvolver”, mas apresenta-se com críticas à maioria que gere a Câmara de Tomar, eleita pelo próprio PSD. A mulher que se propõe dirigir os destinos social-democratas em Tomar promete criar grupos de trabalho para trabalhar em conjunto com a autarquia numa “nova estratégia” para o concelho, que “pense mais nas pessoas”. Mas caso não haja diálogo, Isabel Miliciano assume não ter problemas em avançar para o conflito. “Eles não são o PSD. A maioria é até independente”, diz a candidata, referindo-se ao presidente António Paiva, ao vice-presidente Corvêlo de Sousa e à vereadora Rosário Simões, todos eleitos pelo PSD como independentes.“Se calhar são tão PSD ou mais que muitos outros”, é a resposta do outro candidato à liderança da concelhia. Luís Vicente representa a continuidade, mantendo praticamente todos os elementos que compõem a comissão política actual. O presidente da concelhia social-democrata vê o surgimento da nova lista como um sinal de que “o partido é livre” e assume que nada o fará mudar no apoio que diz manter à maioria camarária liderada por António Paiva. Os candidatos assumem-se serenos quanto à eleição de sexta-feira, dia 9. Ambos dizem lutar pelo interesse maior do concelho. Mas a guerra de nomes e de listas já começou. Na manhã de terça-feira surgiram mensagens anónimas nos telemóveis de alguns jornalistas, dando conta que Isabel Miliciano não poderia entregar qualquer lista, por alguns dos elementos que a compunham não serem elegíveis. Isabel Miliciano confirma o facto, mas garante que todas as alterações iriam ser efectuadas para que nada estivesse irregular. Um dos membros obrigado a sair foi António Lourenço dos Santos, ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros no governo de Durão Barroso e empresário no concelho. Segundo a candidata, António Lourenço dos Santos, que ocupava o primeiro lugar da lista candidata à assembleia distrital de Santarém pela secção de Tomar, não pode ser incluído por não estar inscrito há tempo suficiente na concelhia do PSD de Tomar. A falha foi admitida e alterada. Ivo Santos, ex-vereador e ex-chefe de gabinete de António Paiva no município, assume a liderança da lista, que passa a ter um elemento novo, Emanuel Silva, gestor bancário. “Eu garanto que vou entregar a lista até ao tempo limite”, afirma Isabel Miliciano. O prazo terminava na terça-feira, às 21h30. Mesmo que sejam detectadas irregularidades, os novos candidatos poderão fazer as alterações necessárias até 24 horas antes do acto eleitoral agendado para as 19h00 de sexta-feira.Há mais uma diferença de apoios, que divide as duas listas candidatas à concelhia de Tomar. No mesmo dia das eleições para a concelhia, realizam-se as eleições para a distrital, também com dois candidatos. Luís Vicente assume estar ao lado da lista liderada por Vasco Cunha, enquanto Isabel Miliciano apoia João Moura.
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