Manuel Carvalho Simões lança livro sobre memórias dos Riachos
“Riachos em verso e outros versos” é o título do novo livro de Manuel Carvalho Simões, lançado no último sábado, no Museu Agrícola dos Riachos. A obra é constituída por duas partes. Na primeira, é contada a história dos Riachos em estrofes de dez versos. Na segunda parte, o livro revela pormenores, fala da natureza e conta as impressões de vida do autor. O livro inclui ainda um capítulo de humor e um auto-retrato, também em verso.O pequeno auditório do museu dos Riachos foi pequeno para acolher todos os que quiseram assistir ao lançamento do novo livro. A maioria não arredou pé, sem adquirir a obra e levar o autógrafo do autor. Aos 76 anos, munido com uma caneta de oferta publicitária, Manuel Carvalho Simões não parece assustar-se com a multidão que o rodeia. Aliás, revela que veio prevenido para a sessão, quando de dentro do bolso do casaco, mostra duas esferográficas com mais algum requinte. Não chegaram a ser usadas.O autor reconhece que o momento é de nervosismo. “Ainda bem que à entrada me ofereceram um chá de tília, para acalmar”. Depois de ouvir muitos elogios nas intervenções que o antecederam, optou por falar pouco. “Não gosto de roubar tempo a ninguém, senão havia muita coisa a contar”, revela. Mesmo assim, demorou-se na apresentação do livro e no contar de histórias que o levaram a versejar sobre os costumes e a história da terra que o viu crescer. No final, escapou-se uma lágrima.Nascido em Riachos em 1931, Manuel Carvalho Simões fez de tudo um pouco ao longo da vida. Trabalhou no campo, foi fogueiro de caldeiras geradoras de vapor, trabalhou numa fábrica, foi cobrador, “moço de ovelhas”, organizador de corridas e muitas outras actividades. Hoje é escritor e poeta, com três obras publicadas, “Histórias da Nossa Gente”, “Cantigas da Minha Terra” e o último “Riachos em Verso e outros Versos”. A arte de escrever é também lida numa crónica que mantém no jornal “O Riachense”.O novo livro levou dez anos a escrever. Tem edição de autor, com a ajuda dos dois filhos, José e Carlos Simões. É fruto de um autodidacta, com a 4ª classe completa já Manuel Simões estava na tropa. Descreve-se como alguém que procura o saber e como um ser insatisfeito: “Só estou bem onde não estou / para onde não estou eu quero ir / Se vou para onde não estou / pouco depois de lá quero vir” (“O meu retrato”, 1ª estrofe, 2007).
Mais Notícias
A carregar...