Uma exposição colectiva com obras de mais de dez artistas vai poder ser vista no Celeiro da Patriarcal. A organização é do GART - Grupo de Artistas e Amigos da Arte (GART) que realiza o evento no âmbito de um protocolo estabelecido com o município vilafranquense. O GART organiza, de dois em dois anos, uma exposição colectiva na cidade com obras de vários artistas associados. Devido a alguns contratempos a última exposição realizada pelo GART aconteceu há quatro anos. Este ano foi retomado o acordo com a câmara e a mostra está patente até ao próximo dia 5 de Janeiro.Além da exposição anual o GART está presente em diversas mostras de câmaras municipais através dos seus artistas. Aguarela, acrílico, óleo e pastel são algumas das técnicas utilizadas pelos pintores presentes na exibição do GART.Segundo o presidente do GART, Jorge Alexandre, a associação está virada para os artistas do concelho de Vila Franca mas não é restrita a entrada de associados que não pertençam ao concelho. "O GART está aberto a todos os artistas do país que queiram ser sócios. Costumo dizer que o coração do GART é em Vila Franca de Xira, mas GART somos todos nós", refere. Quem quiser pertencer à associação só tem que enviar algumas fotografias das suas obras, fotografias pessoais e um pequeno curriculum.Com o objectivo de dar maior visibilidade e projecção à associação o GART promove regularmente a iniciativa denominada pintura de rua. Aos fins-de-semana alguns elementos do grupo deslocam-se a diferentes cidades portuguesas para realizar os seus trabalhos no meio das ruas. Jorge Alexandre explica que a interacção com o público é extraordinária e é uma forma de ensinamento das técnicas utilizadas em cada obra.Na sua opinião estas actividades funcionam melhor como forma de divulgação do que com a criação de prémios. "As associações não devem instituir prémio dado que isso pode gerar conflitos entre os artistas participantes e esse não é o nosso objectivo", assegura.Como a maioria das associações não governamentais também o GART dispõe de um orçamento anual muito reduzido. As únicas fontes de receita provêm das quotas dos associados - 12 euros por ano mas que nem sempre são pagas atempadamente -, do subsídio do município e do apoio de uma instituição bancária que, todos os anos, concede 250 euros.Apesar de todas as dificuldades Jorge Alexandre acredita que o GART tem ainda um grande futuro à sua frente. O actual presidente termina o seu mandato em 2008 e não tenciona recandidatar-se. Só se não existirem alternativas."Sinto um enorme orgulho por pertencer a esta associação uma vez que faz parte da minha vida, mas o GART precisa de sangue novo e alma nova. Está na altura de dar lugar aos mais jovens que estão cheios de ideias e sonhos para concretizar", conclui.O GART é uma associação artística que reúne artistas de todo o país. Surgiu em 1997 no concelho de Vila Franca de Xira com o objectivo inicial de ser uma tertúlia onde pintores e fotógrafos pudessem conviver e trocar ideias. O presidente da junta de freguesia de Vila Franca de Xira, José Fidalgo, desafiou alguns artistas do concelho ribeirinho e foi assim que o GART foi ganhando vida e dando os primeiros passos.Começou com uma dúzia de amigos mas foi crescendo e ganhou dimensão nacional e internacional. Actualmente a Associação conta com cerca de 230 artistas associados, entre pintores, escultores e fotógrafos que expõem de Norte a Sul de Portugal e no estrangeiro, nomeadamente, no Brasil, Dinamarca, Inglaterra, Suíça, Itália, Índia e até Japão.