O orçamento e grandes opções do plano da Câmara de Coruche para 2008 foram aprovados pela assembleia municipal na sexta-feira, dia 14. Os documentos passaram com as abstenções de PSD e CDU e os votos a favor da maioria socialista e de dois vogais da CDU, os presidentes das juntas da Branca e do Biscainho. Os mesmos que já tinham garantido a aprovação da taxa do imposto municipal sobre imóveis (IMI) para 2008, ao contrário da restante bancada.Admitindo ser um orçamento de contenção, estimado em cerca de 20 milhões de euros, o presidente da Câmara de Coruche, Dionísio Mendes (PS), salientou que o documento não inclui os previsíveis investimentos de 70 por cento a fundo perdido do Quadro de Referencia Estratégico Nacional (QREN), ainda não definidos pelo Governo.Entre as obras mais importantes para o próximo ano, o autarca destacou a continuação da requalificação urbanística de Santo Antonino até às curvas do Castelo, o início da construção do novo centro escolar de Coruche, a construção da Etar da Erra, a par da conclusão das obras da central de camionagem e do observatório do sobreiro e da cortiça, actualmente paradas. Do plano plurianual de investimentos consta para 2008 uma verba de 300 mil euros destinada à aquisição de terreno para expansão da zona industrial.A par dos “condicionalismos” do QREN, Dionísio Mendes salientou que os grandes investimentos em saneamento básico e água vão ser realizados pela empresa intermunicipal Águas do Ribatejo, formalmente constituída dia 20. Face à explanação do presidente da câmara e com base nos documentos a oposição preferiu destacar o que ficou por fazer e tem vindo a passar de ano para ano sem evolução. Armando Rodrigues (CDU) lembrou os casos do novo quartel dos bombeiros e do edifício de apoio ao estádio municipal para servir o Coruchense, o centro social do Biscainho ou a sede da Sociedade de Instrução Coruchense, que estão por fazer. Exemplos do que considera “promessas sucessivamente incumpridas e falta de credibilidade da maioria PS”. Pelo PSD, Francisco Gaspar descreveu o que se passa com diversas obras que já deviam estar realizadas e que se arrastam para 2008, 2009 e 2010. Deu os exemplos da rede viária, nova biblioteca, pavilhão multiusos e quartel de bombeiros. Para salientar que os documentos são a “cópia fiel de há um ano”. O vogal criticou ainda a ausência de investimentos em habitação social e a custos controlados, para ajudar a fixar população nas freguesias. Quem não ficou satisfeito com a ausência de investimentos para a sua freguesia foi o autarca do Couço, Luís Alberto Oliveira (CDU), que falou em situações como a renovação do quartel de bombeiros, pontões a necessitarem de obras e habitação social “que pouco ou nada consta”. Dionísio Mendes lembrou que ao longo dos anos o Couço tem beneficiado de investimentos vultuosos, caso da Escola EBI, novo centro de saúde, nova zona industrial ou repavimentação da estrada de Santa Justa até Montargil.