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Oposição viabiliza maior orçamento de sempre da Câmara de Santarém

Oposição viabiliza maior orçamento de sempre da Câmara de Santarém

PS e Luísa Mesquita criticaram aumento acentuado das despesas correntes mas abstiveram-se
“O maior orçamento de sempre” da Câmara de Santarém foi aprovado com os votos da maioria social-democrata e com as abstenções e muitas críticas dos vereadores socialistas e da agora independente Luísa Mesquita. Facto que mereceu o “agradecimento” público do presidente em exercício Ramiro Matos (PSD). O documento previsional para 2008 soma um total de 88,8 milhões de euros e tem como grande suporte os encaixes financeiros previstos com a antecipação de receitas da EDP e com a alienação de 49% do capital da recém-constituída empresa municipal Águas de Santarém. Operações de onde poderá resultar um valor na ordem dos 23 milhões de euros.Ramiro Matos, que substituiu na condução da reunião o presidente Moita Flores, que se encontra de férias, diz que se trata de um orçamento “de viragem” que inclui a maior parte da dívida e é um passo importante para o saneamento financeiro da autarquia. E anunciou a apresentação de duas propostas para resolver o problema da dívida da autarquia, em 2008, que não estão contempladas no orçamento. Como prioridades para o investimento estão a educação (com o arranque dos processos para construção de quatro centros escolares) e a requalificação urbana - caso das remodelações dos jardins das Portas do Sol e da República e do Campo Sá da Bandeira.Explicações que não convenceram a oposição, que criticou a maioria PSD pelo acentuado aumento das despesas correntes (cerca de 8 milhões de euros) numa altura de fortes constrangimentos financeiros. O PS, pela voz de Luís Batista, aludiu aos elevados gastos em rubricas como publicidade (924 mil euros para 2008), comunicações e estudos, projectos e pareceres para concluir que "não se está a fazer tudo para acabar com as despesas correntes" que considera “más”.A vereadora Luísa Mesquita alinhou pelo mesmo prisma, considerando que "quando não há dinheiro tem de haver contenção de recursos". Por isso contestou o aumento nos valores da aquisição de bens e serviços e criticou que o orçamento tenha uma sustentação no capítulo das receitas baseada em operações financeiras que ainda não se encontram garantidas – caso da antecipação de receitas da EDP e a alienação de 49% do capital da Águas de Santarém. No entanto acabou por elogiar a "inclusão da totalidade da dívida" no orçamento para 2008, o que pode permitir o equilíbrio financeiro da autarquia, justificando por todas essas razões a sua abstenção. Já a abstenção socialista foi justificada pelo vereador Joaquim Neto com o argumento de "não colocar obstáculos, a qualquer preço, à gestão da autarquia", contestando "um orçamento que acentua o despesismo" e manifestando-se contrário "às políticas estratégicas".No final, Ramiro Matos agradeceu o “voto de confiança” dos vereadores da oposição. “Ficamos contentes por não ter existido nenhuma proposta alternativa o que evidencia que este é um bom orçamento”, afirmou o presidente em exercício.Refira-se que grande parte da discussão de mais de três horas consistiu na troca de acesas de acusações e entre alguns vereadores socialistas e Ramiro Matos, com referências constantes às gestões PS e comparações com a actual gestão PSD. O calor do diálogo levou mesmo o presidente em exercício a suspender a reunião por cinco minutos para os ânimos se acalmarem.
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