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A inutilidade do Vila Franca Centro

Está comprovado que não era de um centro comercial que a cidade de Vila Franca necessitava em 1994, aquando da sua inauguração. A câmara municipal aprovou a proposta para a instalação dos serviços municipais e dos SMAS no Vilafranca Centro – 850 mil euros anuais nos primeiros anos, por 9656 m2 de espaço – alegando que tal terá grandes vantagens funcionais e financeiras, e que outras hipóteses equacionadas não se mostraram viáveis. Além da choruda renda que a autarquia se dispõe pagar por tempo indeterminado para sustentar o centro comercial, para receita do município, se diz, vai alienar o espaço actualmente ocupado pelos SMAS, junto à PSP, que é propriedade da autarquia – que custa zero aos munícipes – e que tem uma área de mais de 4 mil metros quadrados. Mas essa receita da alienação dará para pagar quantas rendas ao Vilafranca Centro?É alegado também que essa alienação do património tem o propósito de requalificação da área dos SMAS. Facilmente se subentende que a proposta para a Fábrica de Arroz derrama para ali, e será esse promotor o comprador. Não prescindisse a autarquia da propriedade do terreno dos SMAS, poderia ser ela mesma a promotora e o motor dessa requalificação, e fazer nesse vasto local (de 4000 m2, pelo menos) o edifício camarário com os serviços concentrados e um centro cívico, que não deixariam de estar no centro da cidade – a 160 metros da actual sede, – pois que com a expansão urbana o local dos SMAS é cada vez mais central. A autarquia construiria um edifício de raiz com um programa e espaços adequados às suas funções, e aberto à cidade, e, por que não, transparente e com muita luz. Por outro lado a instalação no Vilafranca Centro sujeita os nossos funcionários públicos a trabalhar em condições menos dignas – em espaços fechados sem luz natural e ares viciados. Quanto a contas, se fizermos o cálculo de quanto custaria a construção dos 9656 m2 que a autarquia se propõem ocupar no centro comercial, estabelecendo um custo de 900 euros por metro quadrado, que já seria um luxo de construção, a autarquia gastaria apenas cerca de 8,7 milhões de euros pelo edifício concebido para o efeito e não teria de pagar perpetuamente renda a ninguém pois o espaço é seu (nosso). Comparando este valor com os 22 milhões de euros que estão previstos ser gastos somente em renda no Vilafranca Centro e na eventual compra do imóvel, a longo prazo a proposta da mudança para este sítio é desvantajosa claramente, estimando-se assim um eventual prejuízo de 13,3 milhões. A intenção da autarquia deixa uma herança pesada e lesa os interesses dos munícipes também nos aspectos a seguir referidos: daqui a vinte anos a Câmara Municipal não terá dinheiro para mandar cantar um cego. Há um ditado que diz que quem cala, consente. Eu não consinto que o interesse público seja lesado e o dinheiro usado para sustentar os maus investimentos de terceiros.Rui Perdigão, Alhandra

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