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31 anos do jornal o Mirante

Sabe tão bem adiar o futuro

Não acredito que a juventude seja uma mais-valia em certos empregos. Pelo menos naqueles que não exigem força física. Li há pouco que em alguns países é dada preferência a pessoas com mais idade para certas tarefas. Por causa da sua experiência e do seu capital de conhecimentos. No entanto, em Portugal, desde o tempo dos governos Cavaco Silva instalou-se a ideia que a juventude é a panaceia para os males do país, muito embora se tenha alargado a fronteira da juventude para os 35 anos.Esta paranóia pelo jovem, pelo apoio ao jovem e pela excelência do que é jovem faz parte dos programas eleitorais de todos os partidos e é fixada como uma prioridade de todos os governos. Compreende-se. Não é pelos lindos olhos dos jovens. É pela necessidade de angariar novos eleitores, partindo do princípio que os velhotes estão fidelizados. E também se compreende que os partidos - de um modo geral, porque todas generalizações são abusivas - não apostem nos jovens para os lugares elegíveis. Compreende-se dentro daquele princípio muito humano que é: faz o que eu digo não faças o que eu faço. Enquanto se trata de impingir os jovens aos outros através de incentivos ao emprego, ao arrendamento, à isenção de impostos, tudo bem. Quando se trata de escolher quem vai para Ministro, Deputado, Secretário de Estado, Presidente de Câmara ou vereador, aí fia mais fino. Tão fino que até se usa o argumento da experiência. E lá vão os experientes outra vez para os lugares que sempre foram deles…mesmo quando não tinham experiência. Os jovens são o futuro mas sabe tão bem adiar o futuro.Albina Rosa Mendes Correia

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