A Assembleia da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT) aprovou um orçamento de 51,4 milhões de euros para 2008, ano em que deverá concretizar-se "um modelo inovador de Sociedade de Reabilitação Urbana" para o conjunto dos 11 municípios que compõem essa estrutura.O orçamento e as grandes opções do plano foram aprovados com os votos do PS, CDU e Bloco de Esquerda e seis abstenções do PSD, partido que questionou o facto de 83 por cento do orçamento se destinar a apenas um projecto, a empresa intermunicipal Águas do Ribatejo. João Lopes (PSD) frisou o facto de existir "muita incerteza" quanto à entrada dos fundos de coesão para as obras de saneamento, cuja reprogramação entregue em Junho continua a aguardar resposta de Bruxelas, o que, a não acontecer, "deitará a perder o projecto Águas do Ribatejo".Para o deputado social-democrata da CULT, mesmo que a empresa intermunicipal opte por alienar 49 por cento do seu capital a um privado, como já admitiu, "os municípios terão de reforçar o capital em numerário" em 2008. No seu entender, a taxa de rentabilidade de 7 por cento e a previsão de pay-back a 16 anos leva a recear que não haja interesse de privados no projecto.Depois da Águas do Ribatejo, os dois projectos mais importantes são a Lezíria em Rede/Banda Larga (700.000 euros) e a sinalética turística (1,2 milhões de euros), que representam 3,8 por cento do orçamento da CULT. Contudo, o presidente da CULT, José Sousa Gomes (PS), apontou como um dos projectos emblemáticos de 2008 a criação de "um modelo inovador" de Sociedade de Reabilitação Urbana que funcionará para o conjunto dos municípios da comunidade.Para 2008, a Junta da CULT aponta como "grandes desafios" a "consolidação e conclusão de todos os projectos financiados pelo QCA III" e a negociação com o Estado português do Programa Territorial de Desenvolvimento da Lezíria do Tejo e da proposta de subvenção global para a contratualização para o período 2007/2013.Sousa Gomes afirmou que a proposta de subvenção da Lezíria, elaborada a partir de uma caracterização da região, tem "um valor elevado", sendo "muito geral e ampla para o que porventura vai estar à disposição" para a região. O autarca frisou a dificuldade de elaborar o documento sem que estejam definidas todas as candidaturas que podem concorrer ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).