“Pensava que estas eram coisas que se passavam apenas nos regimes totalitários da América latina”. Foi assim que a eleita socialista da Assembleia Municipal de Santarém, Idália Moniz, comentou as mensagens de Natal do presidente e do vice-presidente da câmara que passam regularmente na aparelhagem sonora instalada nas ruas da cidade nesta quadra festiva. Num tom irónico, a autarca socialista perguntou se, para além das mensagens de Moita Flores (PSD) e Ramiro Matos (PSD), também foram gravadas comunicações dos restantes elementos do executivo camarário e a que horas passam para as poder ouvir. Com Moita Flores ausente, o vice-presidente da câmara tratou da resposta. Ramiro Matos explicou que as mensagens resultam de um acordo com o proprietário da aparelhagem que não traz qualquer custo ao município. O autarca considerou “natural” a situação, mas afirmou que iria recomendar à empresa que gravasse também mensagens dos restantes vereadores.E respondeu às críticas de Idália Moniz dizendo que este ano a câmara teve cartões de boas festas disponibilizados para todos os vereadores que quisessem enviar, ao contrário do que sucedeu há uns anos, quando o PS era poder. Na altura, foi enviado para as caixas de correio dos munícipes um cartão com votos de boas festas em nome do município assinado apenas pelos autarcas socialistas.