Jacinto Leite Capelo Rego ataca em Santarém
Jacinto Leite Capelo Rego ataca em Santarém
O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), mandou anular um despacho do actual vereador e ex-presidente do município Rui Barreiro (PS) onde este dava ordens aos serviços de apoio aos órgãos autárquicos e ao jurista da autarquia. Moita Flores fez questão de lembrar ao seu antecessor que já não tem competência para produzir despachos nem a sua qualidade de vereador lhe dá legitimidade por não ter pelouros distribuídos. “Anule-se, pois, por vício de forma e de substância, o ordenado por aquele vereador”, escreve o actual presidente.No centro da decisão está uma carta anónima que questiona o parecer favorável do executivo, em Julho passado, à localização de uma loja da cadeia AKI na urbanização do Girão, na periferia da cidade. A carta, assinada por dois nomes forjados (Jacinto Leite Capelo Rego e Simão Tibério), foi já enviada pelo presidente da câmara para o Ministério Público.Foi com base no conteúdo da carta que recebeu, onde são apontadas supostas ilegalidades como o abate de sobreiros, que Rui Barreiro decidiu intervir. O autarca pediu por escrito, na folha de rosto da carta, aos serviços de apoio aos órgãos autárquicos que remetesse cópias aos elementos do executivo municipal e ao presidente da assembleia municipal e que fosse remetido o original ao dr. António Torrão “para proceder em conformidade com a lei”.O “despacho”, com data de 28 de Dezembro, motivou uma resposta em prosa irónica de Moita Flores. “No seu entusiasmo justicialista, o senhor vereador não se apercebeu, ou fez que não se apercebeu, que estava perante uma carta anónima assinada pelo já clássico Jacinto Leite Capelo Rego. Há décadas que este nome é usado, por ordinarice e cobardia, por quem não é capaz de viver com a frontalidade democrática”.Sublinhando que o conteúdo da carta anónima é falso e que desconhece qualquer abate de sobreiros relacionado com o empreendimento em causa, Moita Flores deixa uma recomendação: “Que o senhor vereador Rui Barreiro, caso conheça o tal Jacinto Leite Capelo Rego ou Simão Tibério, ou seja da sua relação mais íntima, forneça a identidade ao ilustre magistrado do Ministério Público para que o mesmo seja confrontado com o descrito. Até porque lesa o bom nome do senhor vereador como um dos elementos que deu voto favorável à decisão constante na acta, além de que o signatário não conhece qualquer Jacinto Leite, muito menos Capelo Rego”.O teor do despacho de Moita Flores foi agendado para conhecimento do executivo. Na reunião de segunda-feira Rui Barreiro rejeitou a leitura feita pelo presidente da câmara, dizendo que se limitou a solicitar apoio aos serviços como é habitual. “Não deixa de ser interessante que um despacho incompetente e sem legitimidade mereça uma resposta da sua parte”, ironizou.
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