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“Aeroporto ajuda a triplicar população de Samora Correia”

Presidente da junta de freguesia, Hélio Justino, satisfeito com a opção tomada
Como é que reagiu ao anúncio de que o aeroporto será construído na freguesia de Samora Correia?Fiquei satisfeito porque sou uma pessoa optimista e acredito que os factores positivos são mais que os aspectos menos bons. Acredito que o novo aeroporto nos terrenos do campo de tiro pode ser indutor de um desenvolvimento saudável. Cumpre-nos a nós autarcas utilizar os mecanismos legais ao dispor para garantir um crescimento sustentado e sem prejudicar a qualidade de vida.Samora vai crescer rapidamente. Há riscos neste crescimento?Há estudos que apontam para que tenhamos o triplo da população (actualmente vivem 15 mil pessoas na freguesia) num futuro não muito distante, em 2020. Este crescimento não resulta apenas do novo aeroporto, já estava previsto antes. O aeroporto pode acelerar este processo e temos de estar preparados para isso.A freguesia pode ser mais um dormitório da Grande Lisboa?Esse risco existe com ou sem aeroporto. Estamos às portas de Lisboa, temos uma localização geográfica estratégica, boas acessibilidades e uma grande capacidade de expansão. Temos de estar preparados para criar condições para manter esta qualidade de vida. Se os políticos locais continuarem com esta linha de actuação, nunca correremos o risco de sermos absorvidos pela Grande Lisboa. No município de Benavente constrói-se no máximo até ao terceiro andar, não temos exageros.Como é que se faz a integração dos novos residentes?É um trabalho que deve envolver as autarquias, as associações, as comunidades locais e todos os que aqui vivem. A integração social é fundamental para manter esta qualidade de vida que tem atraído centenas de famílias para Samora Correia.A integração também se faz com a oferta de equipamentos e infra-estruturas. A freguesia tem carências na área da infância e da terceira idade…Temos de facto algumas falhas na oferta de infra-estruturas para crianças e idosos e essa é uma preocupação que nos acompanha. A freguesia tem crescido muito e a iniciativa privada não tem acompanhado esse crescimento, como acontece noutros concelhos. As ofertas das entidades públicas são manifestamente insuficientes. Vamos fazer novos investimentos, mas a iniciativa privada também deve avançar.O aeroporto intensifica o apetite das imobiliárias por esta zona. O Plano Director Municipal (PDM), em fase de revisão, deve acautelar a eventual especulação imobiliária reforçando as medidas restritivas e de protecção ambiental?O aeroporto não deve influir no processo de revisão do PDM. Admito que na reserva de áreas para o turismo natural deve haver um alargamento dos espaços onde é possível intervir, mas em tudo o resto devemos manter as linhas orientadores que garantem um crescimento harmonioso e a capacidade de resistir à pressão da especulação imobiliária.Benavente está a promover o concelho como o “pulmão de Lisboa”. Esta é uma campanha arriscada porque o pulmão não se deve vender?Penso que a intenção da câmara é promover o potencial natural do concelho que tem uma qualidade de vida invejável às portas de Lisboa. É óbvio que a mensagem pode atrair outros interesses, mas cumpre a autarquia não vacilar e defender este património de eventuais tentações urbanísticas.Acredita que o novo aeroporto será uma realidade nos prazos anunciados?É uma obra fundamental para o país e creio que será possível construir o aeroporto nos prazos previstos. Até porque há financiamentos comunitários e a União Europeia é muito exigente. A construção vai mexer com a economia da região e gerar empregos?Penso que vai haver uma grande oferta de emprego e as empresas podem vir a beneficiar com a prestação de serviços e venda de materiais e equipamentos para as empresas que vierem realizar as obras. A restauração e a hotelaria também devem beneficiar nessa fase de construção. As receitas das taxas de urbanização também beneficiam o concelho?Ainda está por definir o local exacto da construção das infra-estruturas. O campo de tiro está nas freguesias de Samora e Canha, espero que a nossa freguesia fique com uma boa parte das receitas de taxas e licenças.

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