A concelhia do PS do Cartaxo enviou uma carta aos conselhos de jurisdição das estruturas distrital e nacional do partido com a intenção de que seja aberto um inquérito à actuação do vereador Pedro Ribeiro, com quem o presidente da câmara e da concelhia, Paulo Caldas, se incompatibilizou. Um elemento do conselho de jurisdição da Federação Distrital de Santarém do Partido Socialista confirma que foi recebida uma exposição que pode dar lugar a um processo disciplinar. Pedro Ribeiro diz que não quer comentar uma coisa que não conhece.Em causa está a lealdade política de Pedro Ribeiro ao ter votado contra as grandes opções do plano e orçamento para 2008 e a revisão orgânica e do quadro de pessoal apresentados pela maioria socialista, da qual faz parte. O sentido de voto do vereador ajudou a chumbar a primeira versão do orçamento desequilibrando as contas a favor da oposição, situação jamais vista no executivo. O presidente da Câmara do Cartaxo e presidente da concelhia socialista refere que cabe aos órgãos superiores do partido tomarem uma posição, mas sempre vai dizendo que “não passa pela cabeça de ninguém com responsabilidades partidárias não cumprir os estatutos básicos do partido. Ainda sendo esse alguém, inacreditavelmente, um militante que se mantém como vereador sem a confiança do partido e é agora adjunto de um secretário de Estado (da Justiça, Conde Rodrigues)”. Recorde-se que a estrutura local do PS retirou a confiança política ao vereador numa reunião “de urgência” no dia 17 de Dezembro, na qual não esteve presente Paulo Caldas.A guerra entre Pedro Ribeiro e Paulo Caldas começou quando no Verão o vereador recusou integrar a lista que Caldas estava a preparar para as eleições na concelhia (que se devem realizar em Fevereiro próximo) e anunciou a sua intenção de se candidatar contra o presidente. Paulo Caldas classificou a atitude de “alta traição” e “baixa política” e retirou-lhe a vice-presidência e os pelouros no executivo camarário. Em Setembro Pedro Ribeiro foi chamado a desempenhar as funções de adjunto do secretário de Estado adjunto e da Justiça, José Conde Rodrigues, que foi presidente da Câmara do Cartaxo, num gesto que representou um claro voto de confiança no jovem político.