O défice nas receitas e o corte em rubricas que a oposição considera essenciais levaram a que o orçamento para 2008 da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria fosse reprovado pela Assembleia de Freguesia por toda a oposição. A CDU atribui culpas à administração central que cortou nas verbas atribuídas à freguesia, obrigando o executivo a tentar gerar receitas por outros meios. No entanto, os comunistas discordam das rubricas escolhidas para tal efeito, considerando que vão afectar sobretudo o pequeno comércio. “Isso traduz-se nas taxas de publicidade e de ocupação de via pública”, explica o eleito da CDU, Paulo Rodrigues. “Não temos nada contra as pessoas pagarem o que está na lei, mas somos contra a caça à multa”, acrescenta.Os comunistas criticam também os cortes naquelas que qualificam como “rubricas que dizem respeito ao bem-estar da população”, como os parques infantis, os espaços verdes e a construção de passeios. “A Póvoa de Santa Iria tem várias instituições sem fins lucrativos que precisam do apoio da junta e vão cortar também nisso. É inaceitável”, considera Paulo Rodrigues. A CDU condena ainda o aumento na rubrica dedicada à festa anual da cidade, que decorre todos os anos no início do mês de Setembro, para a qual este ano se propõe uma dotação de 75 mil euros.A coligação Mudar Vila Franca (PSD-CDS/PP) votou igualmente contra o documento, depois de no ano passado se ter ficado pela abstenção ao votar um orçamento “em condições que pouco ou nada diferem” do proposto para 2008. Em comunicado, a coligação critica a posição do executivo da freguesia em relação ao aumento das receitas de publicidade, questionando se “este executivo pretenderá promover a criação de uma floresta autóctone de cartazes e placards ainda mais desregrada e desregulamentada que a que se apresenta actualmente na nossa freguesia”. O valor atribuído às festas da cidade foi também apontado por estes eleitos como um dos problemas deste orçamento.O presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria, Jorge Ribeiro (PS) afirmou a O MIRANTE que já se reuniu com os eleitos da oposição e que, com base nas propostas de todos, o executivo vai elaborar uma nova proposta de orçamento que espera levar a votação numa sessão extraordinária da assembleia de freguesia a agendar para o final do mês de Janeiro. Até à aprovação do orçamento, a junta de freguesia encontra-se em gestão corrente.