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Varinos de Vila Franca de Xira promovem concelho na Bolsa de Turismo

Município com dia dedicado às tradições do concelho

Um casal de varinos ajudou a promover o município ribeirinho de Vila Franca de Xira na Bolsa de Turismo de Lisboa.

Ela veste saia preta e camisa azul escura. O avental é de fazenda cor de rosa. O ouro pende-lhe ao pescoço e o lenço está preso no chapéu preto. Ele tem camisa cinzenta de lã aos quadrados, calça escura, e está descalço. Maria Rosa Dias, 69 anos, e António Letra, 68 anos, são a imagem dos tradicionais varinos de Vila Franca de Xira. Foram convidados pela presidente do município, Maria da Luz Rosinha, para representar o concelho na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) que decorreu entre os dias 16 e 20 de Janeiro na Feira Internacional de Lisboa (FIL) no Parque das Nações, em Lisboa. Sexta-feira, 18, foi o dia dedicado ao concelho de Vila Franca.Rosa Dias nunca foi varina – preferiu seguir a carreira de modista – mas de tanto ver a mãe trajada a rigor, a vender o peixe acabado de comprar na lota, não achou difícil desempenhar este papel. “É uma grande honra estar num certame tão grandioso a representar, com muito orgulho, a terra que me viu nascer e onde fui criada”, diz.É a terceira vez que a antiga modista de peles participa na BTL. Sempre com a mesma função. Rosa Dias só vê vantagens na participação destes eventos. “Considero muito importante estarmos presentes nestes certames. Vêm pessoas de todo o país e até do estrangeiro. Temos que divulgar Vila Franca de Xira e o que o concelho tem de melhor para despertar a curiosidade dos turistas”, afirma.Ao contrário de Maria Rosa, António Letra vem pela primeira vez à BTL. Sentado numa cadeira de madeira, com um barco atrás de si e vários painéis com fotografias de locais representativos do concelho, o antigo marinheiro vai fazendo redes de apanhar peixe em miniatura. Primeiro enche a agulha, feita de madeira de oliveira, com o linho e depois vai rendilhando. Quando era mais novo, António chegava a fazer três a quatro por dia. Hoje vê-se aflito para conseguir terminar uma. “A vista já não é o que era”, lamenta.Aceitou com agrado o convite para representar o concelho. “Está a ser uma experiência muito interessante. Os visitantes metem-se comigo perguntam-me pelo traje mas perguntam, sobretudo, sobre as redes e como as faço. E assim vamos conversando”, conta, orgulhoso.Deolinda Rodrigues, natural de Vila Franca de Xira, passeia pelos pavilhões da FIL enquanto aguarda a chegada do executivo municipal. Está satisfeita por ver o concelho representado numa feira de dimensão internacional. Só lamenta o facto de nem sempre os seus responsáveis lhe darem valor. “O concelho de Vila Franca é muito rico. Temos azulejos espalhados por toda a cidade onde estão representados muitos factos históricos da nossa região. Temos os varinos, os avieiros e a festa brava. A BTL é o local indicado para nos darmos a conhecer ao mundo”, refere.Ana Maria Gomes também se detém no stand do seu concelho para observar e conversar com alguns conterrâneos. Para a vilafranquense é uma óptima forma de divulgar a cidade. “Vêm muitos estrangeiros à procura de novos locais para descobrir. Muitos deles gostam de locais sossegados que nunca ouviram falar. Só temos que fazer uma boa divulgação do nosso concelho”, sugere.O dia dedicado ao concelho de Vila Franca de Xira foi assinalado com a presença do grupo musical Xira Brass, do rancho folclórico da Casa do Povo de Arcena e do artista da cidade ribeirinha Inocêncio Casquinha. A Bolsa de Turismo de Lisboa, que este ano celebrou a 20ª edição, ocupou os pavilhões da FIL onde estiveram representadas 900 empresas de turismo, nacionais e estrangeiras. O objectivo é dar a conhecer aos visitantes os mais variados e diferentes destinos turísticos.

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