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Paixão pela farmácia começou aos catorze anos

Paixão pela farmácia começou aos catorze anos

Paula Tavares ainda frequentou geologia por se ter enganado na candidatura à universidade

Por causa de um engano na candidatura à universidade a farmacêutica teve de fazer três anos de geologia, experiência que não lhe deixou saudades.

A paixão pela farmácia vem desde tenra idade e a carreira profissional na área começou a ser delineada logo aos 14 anos. Curiosamente, por causa de um engano na candidatura de acesso à universidade, Paula Pires da Silva Tavares acabou num curso bem diferente – geologia. Aguentou o calvário três anos, antes de conseguir transferência para ciências farmacêuticas para onde, diz, “foi talhada”. “Foi uma experiência horrível. O curso não me dizia nada, detestava as pedras e não me estava a ver a prazo na profissão de geóloga”, confessa. Foi por isso com muito alívio que conseguiu finalmente ingressar no curso que ambicionava desde pequena.Não foi fácil tirar o curso. No quarto ano de faculdade decide casar e a seguir engravida. Uma gravidez de risco que a levou a interromper o curso. O resto do percurso académico foi feito à medida das suas possibilidades, com muita ida e volta a Coimbra para fazer as cadeiras. “Foi muito complicado. Só com muita força de vontade, empenho e gosto pela farmácia é que consegui terminar”.Inscreveu-se na Ordem dos Farmacêuticos quando assumiu a direcção técnica da Farmácia Soeiro, em Ferreira do Zêzere, pela qual hoje, passados quase dez anos, ainda sente “muito carinho”. Na sua nova farmácia, aberta há um ano na zona nova da cidade de Tomar, Paula Tavares ainda recebe visitas de alguns dos seus utentes de Ferreira do Zêzere. Às vezes só para a cumprimentar, outras para pedir conselhos e sugestões sobre medicamentos. “O contacto com o doente é muito importante. E quando se consegue esse contacto, essa empatia, passa-se a confiar no farmacêutico”, diz com um sorriso a farmacêutica.Na farmácia comunitária não se dispensa apenas o medicamento, salienta Paula Tavares, adiantando que mais que aviar receitas se prestam variadíssimos serviços ao utente, que passam pela preparação do medicamento manipulado, aconselhamento e educação terapêutica, análises ao perfil lipídico (colesterol, triglicerídios, HDL (o colesterol bom) e LDL (mau colesterol), à glicemia e ácido úrico, exame à prostata e mediação da pressão arterial, entre outros. A farmacêutica presta também, gratuitamente, o serviço de pesagem de bebés recém nascidos, “para facilitar a vida às jovens mamãs”.Paula Tavares diz que sente alguma frustração quando ouve alguém dizer que ter uma farmácia é um bom negócio. “Quando me perguntam como vai o negócio digo de imediato que não tenho nenhum negócio, sou uma prestadora de serviços”. Serviços com qualidade, reforça, adiantando que sem esse “ingrediente” uma farmácia não tem futuro. Paula mostra os diversos aparelhos que possui no pequeno laboratório da farmácia. Aparelhos “muito caros” que carecem de manutenção anual. “Todos os anos gasto 1.500 euros só a calibrar os equipamentos”, salienta quem também já iniciou o processo para possuir a certificação de qualidade.“A simpatia, eficiência e carinho de quem está atrás do balcão são muito importantes porque o utente, quando aqui entra, vem fragilizado”, refere Paula Tavares, acrescentando que o farmacêutico é a primeira pessoa a quem o utente recorre, antes de consultar o seu médico de família ou ir ao hospital. E quem está do outro lado do balcão tem de ter bom senso para acalmar a angústia do cliente e ao mesmo tempo discernimento para perceber o que está em causa e encaminhá-lo para o lugar certo.A farmacêutica diz que hoje em dia ainda se brinca muito com a saúde e com o consumo de medicamentos, embora as pessoas queiram estar cada vez mais informadas. “Um farmacêutico não deve prescrever um medicamento a um utente sem fazer algumas perguntas sobre o seu estado de saúde. Porque, como diz, um simples CêGripe dado a uma pessoa que seja alérgica a um dos seus componentes pode ser fatal.É por isso que a formação contínua dos farmacêuticos é imprescindível. “São-nos dados vários créditos que têm de ser transformados em horas de formação e posterior avaliação. Se não a fizermos a ordem não nos renova a carteira profissional”.
Paixão pela farmácia começou aos catorze anos

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