Esta notícia aborda um assunto que faz da nossa sociedade uma sociedade de medos. Temos medo da crise económica, de perder o emprego, das vacas loucas, da gripe das aves, de andar à noite na rua, de um ataque terrorista, do aquecimento global e sobretudo tememos a pior de todas as ameaças, sobretudo para os que têm filhos, que é a de que raptem, abusem ou maltratem as nossas crianças. Pensamos também, pelo menos pelo que passa para a opinião pública, porque é que tão poucos casos de desaparecimento são resolvidos. Será que não se deveriam repensar os métodos utilizados na investigação de tais casos e preparar especialmente as polícias para enfrentarem uma ameaça que cada vez se torna mais frequente?O artigo em questão constitui, neste panorama, uma feliz excepção, uma vez que nos dá conta de que duas crianças, dadas como desaparecidas foram encontradas e devolve-nos alguma réstia de esperança a este respeito. Congratulo os militares da GNR que souberam perceber que alguma coisa de errado havia naquelas duas crianças que passeavam com um adulto pelas ruas de Fátima, numa cena do quotidiano que nada poderia ter de anormal e alegro-me pelas famílias que puderam ter de volta os seus meninos.Conceição Maurício