Oposição acusa maioria socialista de favorecer associação em Azambuja
Em causa subsídio de 30 mil euros atribuído a associação do Vale do Paraíso
A proposta foi agendada e aprovada em menos de um mês, quando “há associações que esperam uma eternidade”. A maioria justifica com a urgência da associação, diz a oposição.
Os vereadores da oposição (CDU e PSD) acusaram a maioria socialista na Câmara de Azambuja de privilegiar algumas associações geridas por pessoas próximas do PS com prejuízo de outras. Na última reunião pública, realizada na Maçussa, o vereador comunista António Nobre pegou no exemplo de uma proposta para atribuição de um subsídio de 30 mil euros para a Associação de Desportos e Recreio “O Paraíso”, de Vale do Paraíso, adquirir a sede onde está instalada e onde funciona a banda de música e a escola de música. O presidente da Associação de Desportos e Recreio “O Paraíso” foi surpreendido com a polémica gerada pelo apoio municipal à aquisição da sede. José Fernandes Pereira esclareceu O MIRANTE de que o processo foi tratado rapidamente para que a associação não perdesse a sede onde está instalada há mais de 40 anos. “O proprietário tinha um negócio para vender e escreveu-nos uma carta onde dava 10 dias para exercermos o direito de aquisição e nós tivemos que acelerar o negócio”, referiu.A sede foi comprada por 30 mil euros, um valor que será suportado pela câmara. A associação paga os impostos e a escritura de aquisição.José Pereira garante que não houve nenhum favorecimento e sublinha que nos órgãos sociais da associação não há filiados no PS. “A política fica lá fora, somos apenas dirigentes da associação e damo-nos bem com todos os autarcas”, concluiu.O vereador António Nobre estranhou a rapidez da entrega do apoio. “Não contesto o subsídio, mas é estranho que a carta tenha a data de 21 de Dezembro de 2007 e a escritura tenha de ser feita até 31 de Janeiro”, referiu. “Foi o cúmulo da rapidez, tudo se resolveu em duas semanas e houve logo disponibilidade financeira”, referiu.António José Matos do PSD afinou pelo mesmo diapasão e também questionou a celeridade do processo quando há associações que aguardam anos por apoios. “O processo correu os corredores do poder a 200 km/hora”, ironizou. “Outros demoram uma eternidade”, acrescentou.Luís Varino, ex- vereador e dirigente associativo, que estava a assistir à reunião enquanto munícipe, reforçou a ideia afirmando que “há pedidos que nunca têm resposta”.O vice-presidente da câmara, Luís de Sousa (PS), que presidia aos trabalhos, dado que o presidente teve de sair mais cedo, explicou que havia urgência da parte da associação que tinha prazos para cumprir para poder usar o direito de preferência na aquisição. “A câmara teve que dar maior celeridade ao processo”, referiu. Quanto à disponibilidade imediata dos 30 mil euros o autarca justificou com o facto de estarmos no início do ano. “Há um novo orçamento e foi possível atribuir o subsídio. Se fosse no final do ano, seria mais complicado”, concluiu.A proposta de atribuição do subsídio foi aprovada por unanimidade. Na mesma reunião, o executivo aprovou também por unanimidade um apoio de 1500 euros para a compra de um instrumento para a banda da Associação de Desportos e Recreio “O Paraíso” que será entregue pelo vereador da cultura, Marco Leal, no concerto de domingo, 27 de Janeiro.O vereador do PSD, António José Matos criticou o aproveitamento político que a maioria socialista faz quando entrega os instrumentos em público. Marco Leal ironizou e fez o convite ao vereador do PSD para partilhar consigo a entrega do instrumento.
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