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Visionário Manuel Serra d’Aire

Visionário Manuel Serra d’Aire

A tua clarividência não cessa de me surpreender. Criar uma empresa de recolha de cães é quase tão lucrativo como os lares de idosos que por aí medram como cogumelos. O cão é realmente um nicho de mercado a ter em conta e que nenhum Augusto Mateus deste mundo pode descurar se quiser acertar na estratégia para as próximas décadas. O cão, tal como a política, justifica os empregos de muitos milhares de pessoas. Sem a merda que deixam nos passeios para que precisávamos nós de almeidas, de varredoras mecânicas, de juntas de freguesia que pouco mais fazem que emitir licenças para os ditos cujos. As fábricas de rações iam à falência. Muitos veterinários tinham de se dedicar à pesca. As urgências teriam menos uns clientes vítimas de mordeduras. E até os cangalheiros teriam razões de queixa. Porque de vez em quando há cães que matam.Insofismável Manuel Serra d’Aire, lembro-me com ternura do lançamento de um projecto que visava a exploração económica da fileira do cavalo no Ribatejo, numa altura em que apenas no Casal Ventoso e na Curraleira se apostava forte nessa área. Hoje, a Golegã é um exemplo de que há mais cavalo para além do pó branco de onde se pode ganhar muito dinheiro Mas há outras fileiras por explorar. Como a do cão. É tempo de progredir do negócio do cachorro quente para o do cão e eu estou contigo. Vamo-nos então dedicar à apanha do cão, porque cadelas já apanhámos muitas. A moda dos cães só é comparável à moda dos ginásios. E agora que o Governo baixou o IVA aos seus utilizadores até eu me inscrevi num. Acho particularmente atractivo e salutar o exercício de mirar de perto os arrebitados glúteos de uma trintona enquanto caminha na passadeira com empenho. Ou as protuberâncias que mal se escondem por baixo dos ousados tops quando praticam pesos e halteres. Lembras-te da Olivia Newton-John no teledisco do Physical? É mais ou menos a mesma coisa, mas com mais pele à mostra. Ver coisas daquelas dá uma saúde do caraças! Física e intelectual. Saio de lá mais estimulado do que de uma passagem de moda com gajas esqueléticas e que saem ao pai da cintura para cima. Confesso que até há pouco tempo achava que um gajo que frequentasse um ginásio ou era abichanado ou andava a trabalhar para se habilitar ao cargo de segurança numa discoteca do Porto. Entretanto mudei de opinião. A maior parte daquela malta vai lá só para apreciar as curvas femininas e está-se borrifando para a forma física. Só para teres uma ideia, no início eu pensava que aqueles gajos pingavam suor pela cara abaixo devido ao esforço. Mas depressa descobri que aquilo que escorria em tanta abundância era saliva. É por isso aliás que é comum ver esses manos com uma toalha ao pescoço. Um babete dava muito nas vistas e em termos estéticos ficava pior. E há sempre uma imagem a defender, sobretudo quando se anda à caça de carne fresca. Ou, neste caso, suada…Um abraço enérgico do Serafim das Neves
Visionário Manuel Serra d’Aire

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