Gostei de ler o artigo sobre a posição do pintor Sam Abercromby, do toureiro Mário Coelho e do poeta e político José Niza, sobre as mulheres. São depoimentos sinceros e realistas que fogem ao que se considera politicamente correcto.O papel das mulheres tem vindo a mudar mas isso não significa que todas as mulheres tenham que ser iguais. Standartizar ou generalizar são coisas que devem ser rejeitadas. E os homens têm direito a fazer as suas opções. Há mulheres que gostam de aturar pintores e outros artistas com egos enormes. Há mulheres que não se importam de ficar na bancada a aplaudir toureiros sem nunca sentirem vontade de saltar para a arena e tirarem a capa ao toureiro. Há mulheres que gostam de tratar dos filhos, de ser donas de casa. E há outras que gostam de ser gestoras, camionistas, deputadas.Penso que o que está em causa é a liberdade. E a capacidade de cada um para lutar pelo que acha que deve ser o seu destino enquanto ser humano. Os direitos conquistam-se. Homens e mulheres lutam diariamente pela concretização dos seus sonhos. E muitas vezes também não é fácil ser homem.O Sam não diz mal das mulheres. Limita-se a constatar que lhe castram a inspiração e por isso vive sozinho. O Mário Coelho assume uma atitude paternalista e percebe-se que não as queira ver na arena a enfrentar touros. Ele sabe do que fala e pelo que passou. O José Niza considera que as mulheres passaram a ter mais direitos muito rapidamente. Só falta acrescentar que ele, como deputado, ajudou a aprovar muita legislação favorável às mulheres. Parabéns pela reportagem. António Cardoso