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Denunciada pela irmã

Já aqui me referi a vários casos em que o criminoso é desmascarado graças a delacção de um irmão.Trata-se da eterna rivalidade fraternal, de que é paradigma o caso de Caim e Abel.Margaret Seltzer, uma jovem escritora norte-americana, decidiu publicar a sua auto-biografia. Rapidamente, o livro tornou-se um best-seller editado pela prestigiada Penguin Books.Na obra, esta jovem branca relatava como se integrou numa comunidade de negros de Los Angeles, procedendo ao tráfico de droga.Ela apaixonara-se por um rapaz negro, que vivia à custa da comercialização de estupefacientes. Tiveram dois filhos e Margaret resolveu dedicar-se à mesma actividade.Ao deparar-se com o gigantesco sucesso editorial, a irmã de Margaret denunciou: é tudo mentira.A escritora admitiu que nada daquilo tinha que ver com a sua vida pessoal, mas que se inspirara na realidade de outras pessoas.A editora retirou todos os exemplares do mercado. Aceitou devolver o dinheiro a quem pretender entregar de volta o livro.Não conheço o que se passa nos Estados Unidos da América.Em Portugal, o tráfico de droga não é exclusivo de certas etnias.Os que comercializam estupefacientes provêm das mais diversas origens.Ora entre esses também se contam algumas pessoas que residem em bairros predominantemente habitados por africanos.Conheço um caso bem semelhante àquele que a escritora inventou como correspondendo à sua auto-biografia.Uma rapariguinha branca não se dava nada bem na escola. Os progenitores tinham-se divorciado. Segundo ela, o pai não mais lhe dera importância, não obstante ser razoavelmente abastado.Conheceu um jovem negro, bem mais velho do que ela.A menina sempre o ajudou no negócio.No entanto, a dada altura, o homem foi preso.A cena parece retirada do filme “Traffic”. Ela tomou as rédeas do negócio e passou a fornecer os estupefacientes aos interessados.Pior ainda. Declarou viver em união de facto com o namorado, o que, aliás, era verdade. Por isso, passou a visitá-lo na prisão.Como o recluso pretendia comercializar drogas no estabelecimento prisional, ela passou a transportar dissimuladamente as drogas, para lhas entregar aquando dos encontros.Foi numa dessas visitas que a jovem foi apanhada e terminou a sua lamentável actividade.* Juiz (hjfraguas@hotmail.com)

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