O Torres Novas perdeu uma boa oportunidade de se afastar do Amiense no primeiro jogo da fase de apuramento do campeão da Divisão de Honra de Santarém. Além de ter jogado contra dez jogadores durante 55 minutos, por expulsão de Tamandaré, fez a proeza de atirar quatro bolas aos postes da baliza de Vítor Bernardes. O avançado Joel foi o mais desafortunado da tarde. De três remates que pareciam ter selo de golo, um foi ao poste direito da baliza aos, 34 minutos, outro ao poste esquerdo, aos 36 minutos, e outro à barra e a bater no relvado ainda antes do intervalo. Provavelmente se o jogador lá quisesse acertar nos três ferros não conseguia.De resto, foi o Amiense quem melhor começou o jogo com Rato a responder de calcanhar a cruzamento de Cabé, para defesa segura de René. Ao contrário esteve o árbitro da partida, Rodrigo Teles, que mostrou vários cartões amarelos a pedido” para os dois lados em lances sem grande importância. Até expulsar Tamandaré com vermelho directo por alegada agressão do avançado do Amiense na disputa de uma jogada com um jogador do Torres Novas.A partir daí o domínio do Torres Novas foi avassalador. Sidnei entrou por Mário Nelson lesionado e o golo dos torrejanos chegou já nos descontos do primeiro tempo. No seguimento de um canto, Luís Carlos saltou mais alto e cabeceou para o fundo da baliza de Bernardes, com a bola ainda a bater no poste esquerdo da baliza. Um golpe duro para o Amiense em cima do intervalo. Na segunda parte entrou Rodrigo na equipa de Carlos Lista mas foi Ricardo branco, isolado por Bass, frente ao guardião do Amiense, a atirar ao lado e perder oportunidade de matar a partida. Era uma fase de assédio do Torres Novas que voltou a fazer pontaria ao ferro da baliza adversária. Leandro, que substituiu Bass, cabeceou à trave, ao minuto 64, para não fugir à regra, para desespero dos adeptos nas bancadas.Como quem não marca sofre, o Amiense aproveitou. Num rápido lance de contra-ataque, Duarte cruzou na direita para a área e Hugo Rafael encostou o pé para fazer o 1-1. Um balde de água fria que penalizou a ineficácia dos torrejanos perto do minuto 75. A partir daí a equipa anfitriã perdeu fulgor e foi o Amiense, com dez jogadores e mais motivado, a fazer alguns contra-ataques que puseram a defesa da casa em sentido. Chegou depois o apito final com o empate a uma bola. O Torres Novas pôde distanciar-se a sete pontos do Amiense mas com o empate ficou com os quatro que já tinha, mas viu o Riachense ficar a um ponto da liderança. E foi penalizado por ter desperdiçado tanto golo. O Amiense manteve a sua linha. Mesmo com dez jogadores é uma equipa que nunca desiste do resultado. A equipa de arbitragem realizou um trabalho mediano, com aspectos negativos na primeira parte. Duas equipas que estão na luta pelo campeonatoNo final da partida Carlos Lista esteve satisfeito com o empate em Torres Novas enquanto João Henriques lamentava a falta de sorte nas jogadas decisivas.Para o técnico do Amiense este foi um bom resultado. “A minha equipa deu prova de esforço e capacidade de resposta. Mas já estamos habituados a isto, somos sempre prejudicados aqui. Com onze homens estávamos a jogar de igual para igual. Os jogadores foram humildes, tiveram coragem e quando assim é, vamos às cabinas, todos estão motivados. Era importante não perder aqui para continuar a lutar até ao fim, mesmo não nos tendo pedido para subir de divisão”, analisou Lista. Que no final deu os parabéns aos adeptos do Amiense e lembrou que se eles quiserem a equipa pode ir mais longe.Quanto a João Henriques considerou que o Torres Novas não teve a sorte do jogo necessária para o vencer. “Com quatro bolas nos postes e mais quatro oportunidades frente ao guarda-redes perdidas, quem falha assim sujeita-se ao que aconteceu. O que nos mantém o ânimo levantado é que continuamos à frente. Temos um ponto a mais que Riachense. E se ganharmos todos os jogos não somos passados, é assim que temos de pensar”, comentou o técnico. Que lembra como até final da prova muitos vão ser os pontos perdidos por todas as equipas.