Na época da Quaresma, Maria de Lurdes, 67 anos, “sem reforma nem nada”, faz o mesmo que durante resto do ano, trabalha como lavadeira. Nos dias em que é para comer peixe, mesmo estando “mais caro que a carne”, Maria respeita. Vai à igreja “sempre que o coração pede porque o coração é que manda”. Cristã assumida, Maria de Lurdes sempre foi habituada a reflectir durante o período da Quaresma e acredita que a igreja “não faz mal a ninguém, só faz bem”. Queria ter ido à procissão dos ramos mas não conseguia andar. “Jesus também sofreu na Cruz, eu também posso carregar a minha”, resigna-se. O seu dia de Páscoa é passado em casa, com as irmãs, a neta e uma filha. “O Natal e estes dias são os dias da família”, resume.