Agrupamento D. João II em Santarém testa modelo de avaliação de professores
Concelho de Escolas aproveitando a flexibilização de prazos concedida pelo Ministério da Educação
O Agrupamento de Escolas D. João II, em Santarém, que tinha agendado o arranque da avaliação de professores, decidiu, na passada semana, avançar com uma “avaliação simplificada” e fazer, no terceiro período, um “teste” ao processo que organizou, disse o seu presidente. António Pina Braz, um dos 60 presidentes de conselhos executivos que integram o Conselho das Escolas, órgão consultivo do Ministério da Educação, disse à agência Lusa que, tendo em conta a flexibilização dos prazos, o processo que foi lançado numa reunião geral de professores “foi interrompido”.Afirmando que o Agrupamento D. João II estava “em condições de iniciar” a avaliação, uma vez que alguns documentos “poderiam ser elaborados à posteriori”, António Pina disse que, depois da última reunião do Conselho das Escolas, realizada quarta-feira da semana passada, foi decidido, em Conselho Pedagógico, interromper o processo. “Tendo em conta que foi dada mais responsabilidade e mais autonomia para gerir todo o processo”, o agrupamento optou por avançar este ano com uma “avaliação simplificada, que permite continuar a aperfeiçoar os materiais e adaptar os documentos que regem” as escolas (o plano de actividades e o projecto educativo), disse.Assim, 10 por cento dos 170 professores deste agrupamento, ou seja, os professores contratados e os que reúnem as condições para progredir na carreira, vão ser avaliados no terceiro período com “pequenas alterações” ao inicialmente previsto. “Será feita uma avaliação com base documental” - sem aulas assistidas nem avaliação pelo coordenador, que contudo será chamado a participar - “a partir de objectivos não tão exigentes, passando pela auto-avaliação e entrevista final”, disse.Em simultâneo, os coordenadores deste agrupamento voluntarizaram-se para, no terceiro período, “testar todo o processo conforme foi organizado no agrupamento”, disponibilizando-se para serem avaliados pelo presidente do conselho executivo. Para António Pina, esta avaliação “voluntária” permitirá testar o modelo criado, frisando que os dois meses concedidos pelo Ministério para desenvolver o processo foram manifestamente insuficientes.Os professores envolvidos na elaboração de uma grande quantidade de instrumentos de registo e recolha de informação tiveram de continuar a dar as suas aulas, ver os testes e responder às outras actividades das suas escolas, adiantou. “A avaliação tem que ser obrigatoriamente um processo com qualidade, que promova a sua credibilidade”, disse, sublinhando que o resultado de um trabalho de dois meses “é uma coisa e ao fim de um ano é certamente outra”.Com o “teste” que vai realizar no terceiro período, o agrupamento quer, nomeadamente, “verificar o tempo que demora” o processo, bem como “todos os passos, todos os pontos, todas as exigências” do modelo, mas também verificar se, como parece, alguns parâmetros não estarão a mais. No seu entender, o processo “devia ser mais simples, mais claro, mais objectivo”.António Pina frisou que o modelo do agrupamento foi definido com forte participação de todos os professores, elogiando os docentes por terem sabido “distinguir entre o trabalho na escola e as manifestações de descontentamento lá fora”. Para o professor, o problema não está tanto na avaliação, mas no estatuto da carreira docente (onde a avaliação e a maneira como se faz está explicita), aprovado em Janeiro de 2007 sem ser alvo da contestação a que agora se assiste.
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