Jovem de Alverca é campeão nacional de Xadrez
Miguel Silva deu os primeiros passos na modalidade aos nove anos
Miguel é um jovem como outro qualquer. Com uma diferença: aos 16 anos, acabou de sagrar-se Campeão Nacional de Xadrez no escalão de sub-16, depois de já ter também vencido nos campeonatos de sub-12 e sub-14. O troféu que recebeu na passada semana, na Figueira da Foz está já em cima da estante, no quarto, junto dos muitos outros que já recebeu ao longo dos seus seis anos de carreira no xadrez.
Miguel Gomes da Silva faz parte do Grupo de Xadrez “Os Peões de Alverca”, o grupo da cidade onde mora. Deu os primeiros passos no xadrez aos 9 anos, pela mão do avô. “Comecei quando tinha 9 ou 10 anos. Ia para casa dos meus avós, nos Olivais, e jogava damas com o meu avô”, recorda. Um dia, resolveu desafiar o avô a ensinar-lhe o “jogo das peças esquisitas” e nunca mais parou. Começou a vencer as partidas contra o avô e depois procurou um clube em Alverca, para aperfeiçoar a técnica. No clube, destaca três nomes que o ensinaram aquilo que sabe hoje de xadrez: Valter Tarira, Ernesto Loureiro e Augusto Dias. Hoje em dia, é o melhor jogador do grupo. “Sou o jogador do clube com mais elo, que é uma forma de classificar a força do jogador”, diz, orgulhoso.Apesar dos títulos e inúmeros troféus, Miguel diz ser um “adolescente como outro qualquer”. Gosta de ir ao cinema, sair à noite com os amigos, e jogar à bola. Chegou mesmo a jogar futebol no Alhandra Sporting Club. Em dias normais, ocupa cerca de uma hora com o xadrez, a jogar pela Internet com pessoas de outros lugares. Só quando chega a altura de competições se dedica mais a sério. “Leio livros sentado em frente ao tabuleiro de xadrez e vou estudando as jogadas”, descreve. “As pessoas têm uma ideia errada do jogador de xadrez, imaginam-no como alguém que está sempre em casa e sempre a pensar”, frisa Miguel, para logo negar essa ideia. “Também gosto de jogar consola e fazer exercício”, enumera, apontado para os inúmeros jogos de computador e a máquina de exercício físico que lhe compõem o quarto. Na Escola Secundária Gago Coutinho, onde estuda, os amigos são entusiastas do hobby de Miguel. “Alguns até chegaram a interessar-se mas depois não tiveram paciência”, lembra. Para Miguel, o xadrez será sempre algo para preencher as horas vagas e nunca uma profissão. Nesse campo, a biologia e a medicina veterinária são as duas opções na cabeça do jovem para quem o melhor do xadrez tem sido a oportunidade de conhecer novas culturas e pessoas. Para participar em torneios, Miguel já foi a Espanha, Áustria, Grécia, França e Croácia. Apesar da falta de apoios, vai conseguindo arranjar as verbas para competir.Ao longo dos últimos seis anos, os prémios que considera mais especiais foram os três títulos de campeão nacional que já recebeu. Para além disso, guarda com especial carinho o diploma que recebeu quando alcançou o quinto lugar na União Europeia. A próxima competição que Miguel vai disputar será o Campeonato da Europa, no próximo mês de Setembro, em Montenegro. A prova não vai ser fácil uma vez que vai ter que jogar contra russos e ucranianos, grandes mestres do xadrez por tradição. Miguel garante que vai esforçar-se ao máximo e quem sabe não trará mais um troféu para fazer companhia aos muitos que já alcançou.
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