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Um desemprego que deu flores

Carla Ribeiro começou no mercado e de lá passou para uma loja

Os melhores dias do ano para as floristas são o Dia dos Namorados e o Dia da Mãe.

Aos 25 anos Carla Ribeiro viu-se desempregada, fruto do encerramento do supermercado onde trabalhava. Vendo-se sem meios de subsistência, o marido lançou-lhe o desafio: “Porque não as flores?”. A sogra, que já as vendia no mercado municipal de Tomar, emprestou-lhe uma banca e foi assim que deu os primeiros passos no negócio ao qual actualmente se dedica com gosto e paixão.Dez anos volvidos, Carla Ribeiro, o rosto da “Florista Oásis”, situada na Galeria Comercial Pardelhas, em Tomar, recorda o passo que deu. “Estando desempregada, e como o subsídio nunca mais chegava, pensei que nada tinha a perder. Resolvi experimentar e posso dizer que estou muito satisfeita e que gosto mais disto do que aquilo que fazia anteriormente”. Mas nem tudo são rosas, como costuma dizer o povo. “As pessoas mal têm dinheiro para comer quanto mais para comprar flores… De qualquer maneira, não me posso queixar da falta de clientes. Alguns já me seguem desde a altura em que vendia no mercado”.Carla Ribeiro diz que faz ramos para “alegrias e tristezas”, ou seja para festas e funerais. Apesar do Dia dos Namorados ser sempre um bom dia para o seu negócio nada se compara ao movimento que a sua loja tem no Dia da Mãe. “A maioria das pessoas que aqui vêm levam um ramo para a mãe e outro para a sogra. Explicam que, estando as casas cheias de bibelôts, preferem dar flores”.A florista reconhece a importância de um ramo bonito e pretende que o cliente saia sempre satisfeito por isso faz questão de ter na sua loja uma grande variedade de telas, laços, papéis e outros adornos de arte floral que, através das suas mãos, amplificam a perfeição da flor escolhida.Como curiosidade recorda o pedido mais estranho que lhe fizeram. “Um senhor que entrou na loja pediu-me para fazer um ramo muito bonito mas que o embrulhasse em folha de jornal. Nunca cheguei a saber porquê. Não perguntei e ele também não explicou”. Mas há pedidos bem mais difíceis de satisfazer.O facto de trabalhar numa galeria comercial localizada no centro histórico de Tomar faz com que a conversa passe das flores para os lugares de estacionamento. “A câmara colocou parquímetros aqui em frente há mais de dois anos mas ainda não estão a funcionar. Há sempre gente a entrar para perguntar onde pode pagar”, explica.Para Carla Ribeiro, a autarquia deveria colocar estes parquímetros a funcionar de modo a assegurar a rotatividade dos carros que ali estacionam. “As pessoas dizem-me que gostavam de vir mas não têm estacionamento. Às vezes deixam o carro ali um bocadinho mas vem a policia e multa-os pelo que preferem não arriscar”, refere, no meio das flores.

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