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A engenharia do papel
Tanto os munícipes que ocuparam o lugar do público como os eleitos da Câmara de Benavente estavam longe de imaginar que o normal decorrer dos trabalhos podia estar prestes a ser perturbado pelas fortes rajadas que ameaçavam abrir as janelas do salão nobre.Para evitar que as portadas do edifício histórico se abrissem na última segunda-feira e o pior acontecesse valeu o esforço do antigo funcionário da autarquia, José Malico, um munícipe que está a desenvolver voluntariamente um projecto para o parque de merendas em Porto Alto. O munícipe de 75 anos não esteve para meias medidas e – alheado do decorrer dos trabalhos - levantou-se do lugar que ocupava na assistência para analisar o problema. Retirou a cadeira que impedia que a janela se abrisse e passou da teoria à prática, procurando um pedaço de papel que pudesse colmatar as falhas das portadas e acabar com o barulho.A estratégia resultou e permitiu que as pessoas da última fila da sala de sessões pudessem ouvir com discernimento o evoluir da sessão. No final da reunião o vice-presidente Carlos Coutinho ainda se ofereceu para levar o munícipe a casa - o mínimo que o executivo podia fazer por uma autêntica obra de engenharia do papel - mas José Malico preferiu rumar a casa ao volante da moto, bem protegido por um fato capaz de o proteger da pior da tempestades.
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