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Exposição antológica de Júlio Pomar no museu do neo-realismo

“Júlio Pomar e a experiência neo-realista” é o título da exposição antológica que pode ser vista no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, de 19 de Abril a 6 de Junho. O espaço recebe a visita do artista na inauguração da exposição, mas Júlio Pomar será também convidado do museu na sessão que decorre a 26 de Abril, às 17h00, no auditório do Museu do Neo-Realismo. “Do fim da guerra até 1953, ano dos estudos do “Ciclo do Arroz” e dos últimos artigos publicados sob um imperativo intervencionista, Júlio Pomar (nascido em 1926) tornar-se-á o grande ideólogo do neo-realismo artístico, dirimindo palavras de significado político em sintonia com uma sede de inovação artística”, escreve David Santos e Luísa Duarte Santos.A partir de um tom sempre reivindicativo, baseado na reflexão do presente vivido e ainda na projecção de um futuro mais justo na sua dimensão humanista, será na verdade “o incansável farol do movimento, congregando o entusiasmo de uma nova geração de artistas que procuraram aliar uma ética de compromisso social e político com a expressão de uma modernidade estética de cariz vanguardista”.À generosidade humanista desse posicionamento doutrinário, Pomar faria corresponder uma vasta produção pictórica de valor crítico e consciencializador em torno dos problemas sociais do povo português, do campesinato ao operariado. “Desenvolve uma sintaxe de múltipla inspiração moderna que privilegia pontualmente uma certa monumentalização desse anónimo povo trabalhador”, continuam os estudiosos. Realizada sob a óptica de uma estreita relação entre o fazer da pintura e a centralidade da figura humana, a sua obra resulta da alternância mantida entre o pretexto narrativo e o exercício formal autónomo. “Confluíam aí o político-social e o artístico, numa orientação atravessada pela mensagem ideológica que a figura-corpo de operários e camponeses revelava em marcação deliberadamente crítica, inspirada por uma leitura marxista sobre as desigualdades sociais, a exploração do homem pelo homem, na esperança de uma transformação do mundo”.

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