As contas do município de Vila Franca de Xira referentes ao exercício de 2007 foram aprovadas com os votos favoráveis do PS e as abstenções dos eleitos da CDU e da Coligação Mudar Vila Franca (PSD-CDS/PP). A presidente da câmara, Maria da Luz Rosinha, considerou “excelente” a execução financeira que atingiu uma taxa de 94,5 por cento a que corresponde o montante de 71,4 milhões de euros e que permitiu antecipar pagamentos e transitar cerca de 15 milhões de euros para o ano de 2008. Em relação ao ano anterior, o investimento concretizado subiu 14,5 milhões de euros. As receitas correntes cresceram mais de 25 por cento, as de capital 22,7 por cento e as outras cerca de 60 por cento. Os impostos directos subiram, principalmente o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), cuja receita superou a melhor expectativa e atingiu o valor recorde de 12,8 milhões de euros.Maria da Luz Rosinha garante que o município goza de boa saúde financeira e está preparado para os desafios que anunciou. A capacidade de endividamento atingiu 43,7 por cento, valor que permite contrair mais empréstimos para aproveitar os fundos provenientes do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) cujas primeiras candidaturas já estão a ser preparadas.A edil anunciou que o conforto da tesouraria permitiu negociar a antecipação de pagamentos com vantagens para a câmara e garantiu que o prazo médio de pagamento a fornecedores é de 39 dias. Vila Franca está entre os municípios melhor pagadores com prazos inferiores aos do programa do Governo “Pagamento a Horas”.A CDU não assina por baixo o relatório optimista da maioria do PS, mas também não votou contra. A abstenção é um reconhecimento de alguns aspectos positivos e o vereador Carlos Coutinho admitiu que a CDU “até votaria a favor se as contas viessem separadas do relatório” que reflecte as actividades da câmara.Nuno Libório considera que a obtenção deste resultado líquido de exercício “seria um bom indicador numa empresa” mas não o é quando se trata duma autarquia onde há ainda tanto por fazer. “A câmara continua a não investir na resolução dos principais problemas do concelho”, acrescentou o vereador comunista.Por outro lado, a CDU considera que os resultados vieram provar que era possível poupar os munícipes da elevada carga fiscal, nomeadamente através do IMI, e da subida das tabelas de tarifas, taxa e licenças aplicadas pelo município.Os eleitos comunistas não têm dúvidas que a maioria PS “deixou de fazer obra, poupando 15 milhões de euros para os investir mais próximo das eleições” que irão decorrer no próximo ano. Rui Rei da coligação Mudar Vila Franca absteve-se na linha do que vem sendo hábito. O autarca defende que se estivesse a gerir o município teria outra forma de actuação. Rui Rei criticou, mais uma vez, a excessiva carga fiscal sobre os munícipes e referiu que os resultados apresentados mostram que tinha razão quando defendeu a redução das taxas a aplicar para o cálculo do IMI.