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31 anos do jornal o Mirante

Cristina Miranda,

28 anos, desempregada, Vila Franca de Xira

“A natureza vem buscar tudo aquilo que lhe tentamos tirar. E, às vezes, não estamos preparados para aquilo que ela nos pretende dar. Há algerozes que não são limpos durante o Verão, matas que nunca são limpas e que acabam por arder. Pensamos sempre que o mal acontece aos outros. É o pensamento do português típico”.

Conduzir em Portugal é um risco?É, sobretudo por causa dos outros condutores. Eu sou bombeira em Vila Franca e já assisti a diversas situações em que as pessoas que ficam mais magoadas não são as culpadas pelo acidente. Em especial quando chove acho que as pessoas deviam ter um bocadinho mais de precaução.As estruturas não estão preparadas para aguentar as catástrofes ou a natureza é mesmo implacável?A natureza vem buscar tudo aquilo que lhe tentamos tirar. E, às vezes, não estamos preparados para aquilo que ela nos pretende dar. Há algerozes que não são limpos durante o Verão, matas que nunca são limpas e que acabam por arder. Pensamos sempre que o mal acontece aos outros. É o pensamento do português típico.Qual a sua visão acerca da indisciplina nas escolas?A disciplina começa em casa. Os professores estão a ser cada vez mais castigados, tal como foram os polícias. Se for o polícia a dar um tiro num ladrão está desgraçado, se for ao contrário ele daqui a dois anos está na rua. Para além disso, há crianças que estão estigmatizadas na escola e têm medo de lá ir, porque se juntam grupos de alunos e batem uns nos outros. Isso é horrível, até porque tenho uma filha com quatro anos e se um dia isso lhe acontecer não sei como vai ser.Qual é a sua opinião sobre as praxes universitárias?As praxes universitárias, quando bem feitas, são uma forma de integração. Mas é preciso saber ver que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros. Se houver bom-senso em tudo aquilo que se faz as coisas correm bem. Isto tem tudo a ver com a má publicidade que se faz. Aparecem as histórias de violência nas praxes, mas não aparecem as outras em que está toda a gente a rir. É como na história dos cães perigosos, só aparecem os que mordem e não aparecem os que ajudam as crianças.Faz separação do lixo em casa?Faço. E a minha filha com quatro anos também já faz, aliás nós começámos por causa dela.E por que é que a maior parte das pessoas continua a não fazer?Para já porque há poucos ecopontos e mesmo os que existem estão muito longe de alguns pólos habitacionais. Mas as pessoas mais novas já fazem isso por sistema e é uma questão de tempo até entrar no quotidiano das pessoas.O que lhe diz Alberto João Jardim?Sinceramente acho que se ele fosse presidente da república portuguesa estávamos bem melhor. Temos algum João Jardim no continente?Temos o Pinto da Costa. Os restantes falam muito, mas quando chega à altura da verdade nunca acontece nada. Atenção que é preciso que se diga que eu sou benfiquista. Acho é que ele é um líder carismático, tal como o Alberto João Jardim. Eles não mandam, lideram.Temos um défice de liderança?Muito grande. Não há liderança. Há pessoas que impõem regras e mais nada.

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