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Sociedade Recreativa Operária uma colectividade à moda antiga no coração de Santarém

Aos 93 anos de idade continua a ser uma referência no centro histórico

A Sociedade Recreativa Operária (SRO) é, aos 93 anos de idade, uma das mais antigas agremiações da cidade de Santarém. É mesmo um farol de referência no deserto centro histórico da cidade. Mantendo o sentido de uma colectividade à moda antiga, abre todos os dias as portas à frequência dos seus associados.

A Sociedade Recreativa Operária não é propriamente uma colectividade de cariz desportivo. A sua maior referência nesse campo é a dança desportiva, uma modalidade que se confunde com a própria associação, que detém desde 2002 o estatuto de utilidade pública, que lhe foi atribuído pelo concelho de ministros.Os 17 elementos dos órgãos directivos da colectividade são o que se chama “os carolas” que trabalham com vontade para manter as tradições da colectividade. “Temos como principal objectivo, continuar com o fraterno convívio entre os associados e os visitantes, não fechamos a porta a ninguém. Mantemos as tradições mais antigas deste género de colectividades, sem descurar a actualidade. Por isso os sócios continuam a frequentar a sede, jogando uma partida sueca, de snooker, parando a navegar na Internet, ou apenas a assistir a um jogo de futebol, ler o jornal ou tomar uma bebida”, referiu o presidente Mário Agostinho.Contudo e embora a dança desportiva seja a modalidade rainha e a única que mantém a competição desportiva, a aposta da actual direcção vai mais além. “Temos também em parceria com a Junta de Freguesia de S. Salvador a modalidade de Yoga, com cerca de 40 praticantes. Uma equipa de chinquilho que, para além da participação no nosso torneio, nos representa em torneios que se realizam na periferia de Santarém”, disse o presidente.“Estamos empenhados em continuar a dinamizar a SRO e a trazer pessoas ao centro histórico de Santarém, por isso estamos a trabalhar para implementar na colectividade as modalidades de Ténis de Mesa e Pesca Desportiva, os contactos com os responsáveis distritais e nacionais destas modalidades estão avançados e creio que, muito em breve, elas serão uma realidade na SRO”, afirmou Mário Agostinho. Que acrescentou ainda que, no que diz respeito à dança, em breve se iniciarão aulas de flamenco e sevilhanas.A carolice e o amor à camisola é apanágio de todos quantos têm passado pelos corpos directivos da SRO ao longo destes 93 anos de vida. “Todos temos trabalhado para que a sociedade não morra e também para continuar a unir os sócios à nossa volta”, garantiu Mário Agostinho.Por isso todos os anos as comemorações do aniversário são longas e sempre no âmbito da chamada dos sócios. A homenagem ao Padre Chiquito, patrono da colectividade, seguida de uma romagem ao cemitério homenageando os sócios já falecidos, e várias actividades desportivas e sociais, como torneios de sueca, snooker, tiro ao alvo, pesca e chinquilho, que terminam com o já tradicional almoço de aniversário, oferecido a todos os sócios e participantes nos vários torneios, são o garante da chamada de pessoas à SRO.Nas comemorações do 93º aniversário a dança tem um lugar de relevo. Com a organização, no dia 14 de Maio, da 3º eliminatória do Troféu de Dança Desportiva da Associação de Dança de Santarém, e no dia 31 de Maio, a culminar as comemorações, a disputa da Taça de Portugal de Dança Desportiva, que trará a Santarém os melhores dançarinos do país.A Sociedade Recreativa Operária tem a sua sede instalada num imóvel cedido pela Câmara Santarém, pagando uma renda simbólica. Vive sem grandes dificuldades financeiras, mas o seu presidente não tem dúvida em afirmar que “a manutenção de todas as nossas actividades só é possível porque contamos com o apoio inestimável da Câmara de Santarém e da Junta de Freguesia de S. Salvador”.“Nunca pedimos muito, somos comedidos e, por isso, quando temos necessidade solicitamos o apoio ou às restantes autarquias da cidade ou às empresas. Temos tido o privilégio de nunca nos recusarem o seu apoio”, garantiu em jeito de agradecimento, Mário Agostinho. “Dança atravessa momento difícil”“A dança desportiva na Sociedade Recreativa Operária de Santarém (SRO) é ainda mais antiga do que a própria Federação Nacional de Dança Desportiva”, quem o diz é o vice-presidente da colectividade escalabitana, António Martins.A Sociedade Recreativa Operária é uma das fundadoras da Federação, e António Martins é o homem forte da dança desportiva na colectividade. “Os elementos da direcção de então fizeram parte da comissão instaladora da federação”, disse.A dança foi sempre a espinha dorsal da SRO, e está em franca expansão a nível regional. “Nos campeonatos de dança estão a ser batidos todos os recordes de participação”, referiu António Martins, que lamentando que na colectividade a modalidade esteja em crise.“Não podemos esconder que a dança na SRO está a passar por uma pequena crise”, disse o dirigente, enquanto afirmava que a colectividade tinha sido espoliada dos seus dançarinos. “A pessoa que aqui estava como professor utilizou-se a nível particular desta casa e ao ir-se embora levou com ele os dançarinos”.A direcção procurou outro professor e relançou a dança desportiva, “fomos buscar alguns dos pares antigos e estamos a formar novos dançarinos, para andar com a dança para a frente. Para além disso optámos por avançar também com a organização de duas provas de dança de nível regional e nacional” firmou António Martins.No dia 3 de Maio, disputa-se no Pavilhão Gimnodesportivo de Santarém a 3ª eliminatória do Troféu de Dança da Associação de Dança de Santarém, e no dia 31 de Maio, no mesmo local disputa-se a Taça de Portugal de Dança Desportiva. “Dois grande acontecimentos de dança que só o bom-nome da SRO e a ajuda do presidente da Associação de Danças de Santarém tornaram possíveis”.Estas duas realizações têm como objectivo a tentativa de captar jovens para a dança na cidade de Santarém. “Queremos continuar a ser uma referência da dança em Santarém, mas para isso necessitamos de mais jovens dispostos a aprender a dançar”, disse António Martins.

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